Com a perspectiva de mais estabilidade, volume de animais confinados deve subir 12% em 2018
2018 promete ser um ano mais estável para a pecuária brasileira. A recuperação do consumo interno e o aumento nas exportações vão manter a demanda firme. A expectativa é que o volume de animais confinados cresça 12% e atinja a marca de 3,8 milhões de cabeças.
Um confinamento localizado em Boituva, interior de São Paulo, tem capacidade para abater 9.000 animais por ano. Em 2017, a propriedade operou com apenas metade do potencial produtivo. Este ano, o pecuarista espera que o volume volte a crescer e ultrapasse a marca de 6.000 bovinos.
“Eu acredito que nós vamos ter um ano bom em função do aumento das exportações que deve ocorrer. O custo deve ficar um pouco maior, mas eu acredito que a arroba vai se elevar um pouco”, diz o pecuarista José Ovídio Sebastiani.
Para este ano a Associação Nacional de Pecuária Intensiva projeta crescimento de 12% no volume de animais confinados no país. Se forem confirmados, os números mostram a recuperação do confinamento na pecuária nacional. A estratégia havia perdido espaço nos últimos anos por conta da instabilidade nos preços dos grãos e nos animais de reposição, que aumentam o riscos da atividade.
A entidade calcula que o volume de animais confinados no Brasil este ano atinja a marca de 3,8 milhões de cabeças, quase 400 mil a mais em relação a 2017.
“Nós já chegamos a confinar, de acordo com os números da Assocon, quase 5 milhões de animais, nós caímos e estamos tentando nos recuperar dessa queda. Mas o confinamento é uma atividade que acaba sendo definida de ano a ano, muitos produtores têm a opção de realizar a produção intensiva a pasto, o que deixa o confinamento em segundo plano em um ano de dificuldades como foi 2016”, diz Bruno Andrade, gerente executivo da Associação Nacional de Pecuária Intensiva.
Um levantamento feito pela entidade mostra que, no estado de São Paulo, o custo máximo da diária de alimentação deve ser de R$ 9,50 por animal. Na compra do boi magro, a aquisição não deve ultrapassar o valor de R$ 2.000 por animal.
“Composição de dieta acima de R$ 9,50 ou compras acima desses valores podem trazer prejuízo ao confinador. Agora, o confinador que trabalhar abaixo desses limites deve conseguir margem de contribuição positiva. É claro que cada fazenda trabalha de um jeito, mas analisando nossos números foram esses os limites que nós encontramos”, afirma Andrade.
Outra boa notícia para os confinadores é que o mercado de reposição, que nos últimos dois anos ficou inflacionado por conta da baixa oferta de bezerros e boi magro, deve operar em patamares favoráveis ao invernista em 2018.
“Até o momento melhorou a reposição do gado magro para o confinamento, mas existe uma incerteza quanto à continuidade e aos volumes. No caso de exportação de animais vivos isso pode prejudicar um pouco o ritmo de comercialização”, diz o pecuarista Sebastiani.
Por Acrimat