Evento destaca o protagonismo do Brasil nas pesquisas de ciências de solos em nível internacional.
A 21ª edição do Congresso Mundial de Solos marca a estreia do Brasil e do hemisfério sul na promoção desse evento, que reúne as mais importantes lideranças mundiais nas pesquisas de ciência de solo do País e do exterior. O 21°WCSS (sigla em inglês) começou ontem (12/08) no Rio de Janeiro e se estende até esta sexta-feira (17/08) com a presença de cerca de quatro mil pessoas de mais de 100 países. A abertura contou com as presenças do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em exercício, Celso Moretti; do representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) no Brasil, Alan Bojanic; do presidente da União Internacional de Ciências do Solo, Rattan Lal; da presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Fátima Moreira; e do presidente do Congresso, Flávio Camargo.
Para Camargo, o evento é uma oportunidade de mostrar ao mundo a experiência do Brasil na área de ciência de solos, que começou no Século XIX. “Temos 71 anos só de atuação da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. É muito importante que o mundo conheça o nosso protagonismo”, ressalta.
O presidente da Embrapa em exercício, Celso Moretti, destacou que a expertise do País nessa área foi determinante para consolidar a importância do bioma Cerrados no agronegócio brasileiro. “Desacreditado na década de 1970, o Cerrado é hoje um dos polos mais produtivos do Brasil. Isso se deve, em grande parte, aos estudos de ciências dos solos”, constatou.
A tropicalização da agropecuária foi ressaltada por Moretti como a grande responsável pela consolidação do Brasil como um dos mais importantes players do agronegócio mundial. “Em pouco mais de quatro décadas, passamos de importador de alimentos a um dos maiores produtores agrícolas mundiais”, enfatizou o presidente da Embrapa em exercício, lembrando que a ciência tem participação decisiva nesse contexto.
Brasil: pioneirismo no desenvolvimento sustentável da agricultura
José Carlos Polidoro, chefe-geral da Embrapa Solos, unidade de pesquisa da Empresa no Rio de Janeiro, RJ, reforça ainda que, paralelamente aos bons resultados no cenário agrícola mundial, o Brasil é pioneiro também no desenvolvimento sustentável da agropecuária. “Seja por fora de lei ou por iniciativa dos produtores, o fato é que hoje o País tem 66% de sua área total preservada”, enfatiza, lembrando que esses números não encontram paralelo em nenhum outro país do mundo.
“A associação entre agropecuária e degradação da natureza no Brasil é um erro. Um mito que precisa ser derrubado”, frisa Polidoro. Segundo ele, é muito importante que a população brasileira, especialmente de áreas urbanas, saiba que o País tem tratado muito bem os seus dois recursos naturais mais importantes: água e solo.
FAO: preservação dos solos tem que constar da agenda política dos países
Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, afirmou que é fundamental que assuntos relacionados a solos, incluindo preservação e uso sustentável, entre outros, tem que ser prioridade na agenda pública dos países.
Mais uma vez o Brasil sai na frente com o Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos), iniciativa do governo brasileiro, que integra 20 instituições brasileiras. Trata-se do maior empreendimento técnico-científico já executado no Brasil na área de solos. O trabalho será realizado ao longo dos próximos 30 anos e o orçamento para os primeiros 10 anos é de aproximadamente R$740 milhões.
Serviço:
O 21º Congresso Mundial de Solos acontece de 12 a 17/08/2018 no Hotel Windsor Oceânico, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.
Informações: