Novas oportunidades e indicadores agregam valor à pecuária leiteira, leia a matéria completa e saiba como garantir rentabilidade na atividade leiteira.
“Indicadores técnicos e econômicos da pecuária leiteira em Minas Gerais” e “Novas oportunidades de agregar valor ao leite” foram as temas apresentados durante o seminário da 13ª Semana de Integração Tecnológica (13ª SIT) online, realizado no mês passado(03).
Neste ano, a semana trouxe o tema “Cadeia Produtiva da Pecuária Mineira: Desafios e Oportunidades”. O evento teve o formato totalmente virtual e pôde ser assistido de várias localidades. O seminário foi assistido por diversos profissionais e estudantes do agronegócio. Na oportunidade houve o pronunciamento do chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Ozanan Machado Durães, e dos dirigentes das demais instituições realizadoras.
Sucesso na atividade leiteira
O superintendente do Senar Minas, Christiano Nascif, explicou porque o sucesso da atividade leiteira não está atrelado apenas a bons resultados técnicos. “É fundamental associar os índices técnicos aos resultados econômicos para gerenciar a sua atividade com excelência”, afirmou.
Nascif considera que três fatores determinam o sucesso econômico da atividade leiteira: preço do leite, custos de produção e escala de produção. “Desses três fatores, os custos de produção e a escala podem e devem ser trabalhados da porteira para dentro. Além disso, tanto a escala quanto os custos de produção apresentaram maior influência no lucro da atividade em 2020, sendo de 73% e 84%, respectivamente. Enquanto isso, a influência do preço no lucro foi de apenas 22%”, disse.
Conheça os 5 Indicadores para o sucesso na atividade leiteira
“Agora que você já sabe que o sucesso econômico da atividade pode ser garantido do lado de dentro da porteira, é preciso saber o que avaliar para quantificar os seus ganhos. Para isso, é imprescindível a mensuração de cinco indicadores pelo gestor da atividade”, descreve o superintendente.
1º indicador: Estrutura do rebanho
Para Nascif, o primeiro indicador é o percentual de vacas em lactação em relação ao total do rebanho. “Quanto maior a quantidade de vacas em lactação, em relação ao restante do rebanho, maior será o potencial de geração de receita do empreendimento. Uma vez que as vacas secas, bezerras e novilhas não geram renda mensalmente como as vacas em lactação. Recomenda-se que pelo menos 45% do rebanho seja composto por vacas produzindo leite.”
2º indicador: Produtividade por área
“Em segundo lugar podemos citar a produtividade por área. Este é o indicador técnico mais completo para predizer se a propriedade é eficiente economicamente ou não. Para obter bons resultados para esse índice é preciso trabalhar os indicadores reprodutivos, sanitários e nutricionais, visando garantir o aumento da quantidade de vacas em lactação por hectare em um conjunto com uma boa produtividade por vaca. O ideal é que esse índice seja superior a 5.000 litros/hectare/ano, podendo ser superior, dependendo do preço médio da terra nua na região em que a propriedade está inserida”, disse Nascif.
3º indicador: Margem líquida
Já o terceiro indicador citado por ele é a margem líquida da atividade leiteira. “É o que sobra para o produtor após pagar os desembolsos diretos (concentrado, volumoso, mão de obra contratada, etc.), depreciações e o pró-labore do administrador. O ideal é que esse saldo seja positivo”.
4º indicador: Estoque de capital por litro de leite
O quarto indicador é o estoque de capital por litro de leite. “Este estoque representa o quanto de capital médio em máquinas, benfeitorias, forrageiras não anuais, animais e terra está sendo necessário para a produção de um litro de leite. O ideal é que esse índice seja inferior a R$ 1.200,00/litro de leite/dia.”, avalia o superintendente.
5º indicador: Taxa de retorno do capital com terra
E o quinto indicador, tão relevante quanto os outros, é a taxa de retorno do capital com terra. “É o percentual que representa o rendimento econômico da atividade leiteira em relação ao capital imobilizado para a produção de leite. O ideal é que esse retorno seja superior a 10% ao ano”, orienta Nascif.
Novas oportunidades e agregação de valor
Para falar das “Novas oportunidades de agregar valor ao leite”, o convidado foi o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins. Ele considera que ao longo do tempo as exigências para agregar valor ao leite foram ficando mais complexas. “Nos anos noventa, o caminho era buscar eficiência e o aumento da produção. Na década seguinte, acresceu-se a pressão pela qualidade na produção”, pontuou.
“Atualmente, além de tudo isso, para agregar valor ao leite, é necessário assegurar que o leite é produzido considerando o bem-estar animal, a biosseguridade, a garantia dos cuidados com o meio ambiente, a rastreabilidade, a geração de menos resíduos e a busca da reciclagem, dentre outras exigências”, citou Martins.
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Segundo ele, os pecuaristas mineiros estão atentos às tendências e às adaptações de produção para criar valor. “A transformação já está em curso, e os produtores com maior visão (e não necessariamente os maiores) estão introduzindo mudanças no processo de produção, no sentido de atender às novas exigências dos consumidores. Mas as mudanças precisam acontecer com a participação dos laticínios e de políticas públicas, para que sejam mais abrangentes e tenham mais velocidade”, disse Martins.
Depois desta breve descrição dos principais pontos abordados durante o Seminário da 13ª Semana de Integração Tecnológica, abaixo você pode assistir na íntegra a live “Cadeia Produtiva do Leite: Desafios e Oportunidades“. Esperamos que consiga aplicar as orientações aqui apresentadas e ter resultados positivos na atividade leiteira.
Por AGRONEWS, *com informações da Embrapa Gado de Leite