Na propriedade da família Petrykowski, em Caçador, o clima é de recomeço. Após 30 anos de experiência na fabricação de queijos, os agricultores poderão ir em busca do Selo de Inspeção para comercializar a produção com tranquilidade e segurança. Nesta quinta-feira, 17, em nome do governador Carlos Moisés, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, visitou o local e fez a entrega do certificado como propriedade livre de brucelose e tuberculose – requisito fundamental para a produção de queijos em Santa Catarina e o primeiro entregue no município. O Estado conta com mais de 1,2 mil propriedades rurais certificadas como livres das doenças e possui a menor prevalência de brucelose animal do país.
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“Os técnicos da Epagri e da Cidasc farão um trabalho de parceria para preparar a propriedade, viabilizando a comercialização da produção sem nenhum obstáculo. A família poderá buscar a solução para as adversidades que viveu nos últimos dias. Saímos muito satisfeitos sabendo que os produtores continuarão investindo na fabricação de queijos, fazendo as adequações necessárias para que possam comercializar com tranquilidade e obter mais renda na propriedade. Nossa intenção é viabilizar o crescimento do processo produtivo, gerando empregos e qualidade de vida em todos os cantos de Santa Catarina”, destacou o secretário Altair Silva.
Com a certificação em mãos, o produtor Luiz Petrykowski poderá buscar o selo de inspeção municipal, estadual ou federal – o que permite a comercialização e atesta a qualidade do produto. Este é um sonho antigo da família, que já chegou a ter sua produção apreendida pela Vigilância Sanitária municipal devido à falta de inspeção. “Temos um produto livre de brucelose e tuberculose para alimentar a nossa família e também nossos consumidores. É muito gratificante receber este certificado, estamos felizes e vamos continuar lutando para oferecer um produto cada vez melhor. Nós já pensamos até em desistir da produção, mas o apoio de todos nos deu força e ânimo para seguir em frente”, comemorou.
Esta é a primeira propriedade certificada em Caçador. O reconhecimento de propriedade livre de brucelose e tuberculose é emitido pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), após a realização de testes em todos os animais, com intervalos de 6 a 12 meses, e sem nenhum caso positivo. As propriedades seguem normas diferenciadas também no trânsito de animais. O certificado é renovado anualmente.
A intenção da Secretaria da Agricultura é ampliar o número de certificações, para que esse seja mais um diferencial competitivo do agronegócio catarinense na conquista de mercados exigentes, principalmente para exportação de produtos lácteos. No último semestre, foram 326 novas certificações, sem contar as renovações.
Destaque Nacional
Destaque nacional no cuidado com a saúde animal, Santa Catarina conquista mais um título: o Estado tem a menor prevalência de brucelose animal do país. A classificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) demonstra a excelência da bovinocultura e a qualidade da produção agropecuária catarinense. Brucelose e tuberculose são zoonoses e podem ser transmitidas para os seres humanos. Por isso as ações para erradicação das doenças têm um grande impacto na vida de quem produz e de quem consome.
De acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal, do Ministério da Agricultura, os Estados podem ser classificados de A até E, de acordo com a prevalência das doenças. Santa Catarina é o único Estado brasileiro com classificação A para brucelose e, junto com outros quatro Estados, também obteve nota máxima para tuberculose.
Indenizações aos produtores
Os produtores rurais de Santa Catarina contam com o apoio da Secretaria da Agricultura na busca pela erradicação da brucelose e tuberculose. Os animais acometidos das doeças são abatidos sanitariamente e os proprietários indenizados pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa). Com a compensação, os produtores podem adquirir animais sadios para continuarem a produção de carne e de leite.
Em 2020, o Governo do Estado investiu mais de R$ 11 milhões na indenização de produtores pelo abate sanitário de animais doentes, a maior soma de recursos desde a criação do Fundo, em 2004. Além disso, os pagamentos passaram a ser concluídos em até 60 dias.
Por Ana Ceron – Epagri
AGRONEWS – Informação para quem produz