Pode não parecer. Mas, geralmente, o segundo melhor preço alcançado pelo ovo no decorrer de um exercício é registrado no mês de junho. Ou seja: excetuado o período de Quaresma, o seguinte grande momento do setor não ocorre no Natal (dezembro), nem no mês das Mães (maio) mas, sim, no mês de encerramento do primeiro semestre
Foi assim, pelo menos, na média dos primeiros 19 anos deste século (2001/2019), acompanhados mês a mês pelo AviSite. Adotando como parâmetro o preço médio registrado no ano anterior (igualado em 100), observa-se que o maior preço no decorrer do ano é registrado no mês de março, ocasião em que o produto chega a alcançar preço quase 20% superior à média do ano anterior.
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Em dezembro – supostamente o período em que os preços deveriam ser mais ou menos similares ou próximos aos da Quaresma, a valorização não chega a 10% (mais exatamente, 9,5%), o que significa que o preço médio do mês fica aquém dos valores registrados não só em junho, mas também em fevereiro, abril, julho e agosto. Ou seja: em termos de preço, dezembro é apenas o sétimo mês do ano.
(Abrindo parênteses: há exceções, claro. Por exemplo, no período analisado – total de 228 meses – a maior variação registrada [preço quase 70% superior à média do ano anterior] ocorreu justamente em dezembro. Mas tal fato foi observado pouquíssimas vezes, daí a média em quase duas décadas não chegar a um valor 10% superior).
Com a pandemia, porém, este junho não terá a dimensão apontada pela curva sazonal: a tendência, por ora, é de que o preço médio do mês fique aquém do que foi registrado no quadrimestre fevereiro/maio. E não apenas porque o ovo se encontra sem um de seus grandes consumidores – a merenda escolar – mas também porque neste ano não teremos as festas juninas do Nordeste e de outras Regiões do País, grandes catalisadoras do consumo.
Tal comportamento, entretanto, não se traduz em desastre. Pois, até aqui, o ovo vem registrando desempenho bem acima do esperado se considerada a curva sazonal de preços. Para comprovar basta observar que – pela curva sazonal, em relação ao preço médio de 2019 (pouco mais de R$71,00/caixa) – a média desses cinco meses teria sido 8,5% superior. A realidade, porém, é que os preços de 2020 ficaram 30% acima da média do ano passado.
Ressalve-se, de toda forma, que esse ganho está relacionado, exclusivamente, à curva sazonal de preços. Ou seja: na prática não corresponde a qualquer ganho, pois o aumento de custos absorveu o que deveria ser a vantagem do produtor.
Por Avisite
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz
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