O Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) informou que os investimentos de empresas chinesas no País, de 2007 a 2018, alcançaram US$ 100,5 bilhões, entre aportes anunciados e confirmados, envolvendo quase 200 projetos finalizados ou em andamento.
O notável aumento dos investimentos chineses no Brasil reflete a estratégia adotada pelo governo da China de incentivar a internacionalização das empresas do país. A observação é do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco.
“Enquanto os negócios de energia e mineração dominam, a China busca cada vez mais o vasto território brasileiro para alimentar sua população”.
Dados recentes divulgados pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao Ministério da Economia, mostram que os investimentos chineses no Brasil totalizaram US$ 1.87 bilhão até setembro de 2019, número que se mantém estável em relação à soma de US$ 1.8 bilhão do mesmo período do ano passado.
Analistas e empresários estimam que os chineses em 2020 deverão participar de grandes projetos de infraestrutura e iniciar novas empreitadas no País, diante de um cenário de recuperação econômica e retomada do programa de privatizações e concessões.
Em declaração ao portal Animal Business Brasil, Sirimarco disse que as características dos investimentos chineses no Brasil indicam a continuidade da fase iniciada em 2014, quando foram notadas mudanças significativas do perfil dos negócios realizados pela China em todo o mundo, em relação a volumes, modos de entrada e setores de interesse.
Comércio bilateral
A partir de 2014, o setor de geração e transmissão de energia do Brasil recebeu grandes investimentos de empresas estatais chinesas, como a State Grid Brazil e a China Communications Construction Company (CCCC). Ao mesmo tempo, os investimentos no agronegócio passaram a ganhar maior relevância, com a entrada de empresas chinesas como a Cofco e a Dakang International.
“A Dakang adquiriu a trade matogrossense Fiagril em 2016 e a empresa paranaense Belegrícola, comercializadora de grãos e insumos, em 2007. No momento, o grupo chinês está integrando as duas empresas e o orientando as vendas de soja para a China, enquanto comercializa mais defensivos e outros produtos para agricultores brasileiros”, informou o vice-presidente da SNA, acrescentando que a Dakang e a Cofco também pretendem investir no setor de carne bovina.
Foco agrícola
“Além disso, há outras empresas como a Xun Chin Agrícola querendo adquirir terras em Mato Grosso. As operações devem envolver recursos da ordem em US$ 200 milhões. A prioridade dessa empresa é a exportação e produção de grãos, notadamente para o mercado asiático”.
Sirimarco, que frequentemente mantém contato com diversos representantes de províncias chinesas que visitam a SNA, disse que a China mantém cada vez mais seu foco no setor agrícola. “Um dos exemplos disso é a Cofco, que em 2018 foi responsável por 22%, ou seja, 11 milhões de toneladas das exportações de soja do Brasil, especialmente para a China e que agora começa a investir no setor de açúcar brasileiro”.
Acesse aqui o último relatório do CEBC sobre investimentos de empresas chinesas no Brasil.
Fontes: Equipe SNA, Animal Business Brasil , CEBC e Valor Econômico