As chuvas que poderiam trazer alívio a produtores de milho do Brasil nesta semana têm sido menos intensas do que o esperado
As chuvas que poderiam trazer alívio a produtores de milho do Brasil nesta semana têm sido menos intensas do que o esperado, especialmente para algumas regiões do Sudeste e Centro-Oeste, enquanto geadas devem ocorrer até sexta-feira em algumas áreas do Paraná, podendo gerar perdas pontuais, disseram meteorologistas nesta terça-feira.
Boa parte do centro-sul do Brasil teve, nos últimos 30 dias, chuvas escassas e bem abaixo da média para o período, um momento importante para o desenvolvimento da segunda safra de milho, que responde por cerca três quartos da produção brasileira do cereal. Na véspera, a consultoria INTL FCStone revisou para baixo a previsão de colheita, para 72,6 milhões de toneladas.
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“O risco para ocorrências de perdas no milho safrinha se elevou muito, visto que regiões de São Paulo, Goiás e Minas Gerais não deverão receber volumes de chuvas suficientes para permitir um bom desenvolvimento e, sobretudo, uma boa polinização e início de enchimento de grãos”, disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Rural Clima.
Segundo ele, isso resultaria em uma diminuição da produtividade com impacto na safra nacional, atualmente estimada pela Rural Clima em 74 milhões de toneladas.
“Sobre as chuvas previstas para os próximos dias, as simulações mais recentes enfraqueceram, não há previsão de chuva significativa para São Paulo, Triângulo Mineiro, Goiás… Por outro lado, a chuva prevista para amanhã (quarta-feira) no Paraná é de 10 a 15 milímetros”, complementou o meteorologista da Somar Celso Oliveira.
Segundo ele, há paranaenses que já tiveram perdas pelo tempo seco e estão “pedindo seguro”, mas algumas cooperativa em outras áreas afirmam que a chuva chegou na hora certa.
Ele disse que o oeste do Paraná deverá receber precipitações, diferentemente de outras regiões, como sudeste e centro-oeste do Estado, que enfrentarão uma situação mais irregular.
Oliveira afirmou ainda que a importante região produtora da BR-163, em Mato Grosso, deve ter chuvas “bem-vindas”, de até 20 milímetros esta semana, mas outras, como o Araguaia, serão menos beneficiadas.
“Era melhor, a chuva prevista era mais abrangente, mais intensa, mas agora ela mostra sinais de enfraquecimento”, destacou Oliveira, lembrando que a semana que vem tem novo “episódio de chuva previsto” e que este não será o último do mês de maio, uma época tradicionalmente mais seca no centro-sul.
Geadas à vista
Os meteorologistas também alertaram sobre a chegada das primeiras geadas da temporada de inverno ao Paraná, cuja segunda safra está estimada em 12,2 milhões de toneladas pelo Departamento de Economia Rural (Deral), um órgão do governo do Estado, que já aponta uma colheita 600 mil toneladas abaixo do potencial em função da seca do último mês.
“Na questão de chuva, o Estado foi castigado, nós tivemos uma perda confirmada, de 600 mil toneladas, principalmente no oeste, que já apontou. A região de Campo Mourão ainda não tem apontamento de perdas neste mês, mas com certeza no mês que vem já haverá algum apontamento porque também sofre com a questão de seca. A região norte também não tem apontamento de perda, mas o viés é negativo”, afirmou o especialista do Deral Edmar Gervásio.
Com relação a geadas, ele avalia que devem ocorrer mais em baixadas, sem riscos para a safra como um todo. Essa opinião é compartilhada pelo meteorologista da Somar.
Já o agrometeorologista da Rural Clima disse que diversos pontos do Sul do Brasil terão geadas, especialmente nas madrugadas de quinta e sexta-feira. O frio intenso também avançará para São Paulo e Minas Gerais.
Questionado se os riscos para a safra aumentaram mais pelas chuvas escassas ou pelo frio, Santos afirmou: “ambos, porém mais por escassez de chuvas”.
Fonte: Acrismat
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