Com o salto dado na semana que passou – 31 de agosto a 5 de setembro, 36ª de 2020 – o frango abatido caminha para alcançar e até superar a cotação máxima até hoje atingida: pouco mais de R$5,00/kg, valor que vigorou em partes de novembro e dezembro de 2019 e nos primeiros dias de 2020.
À primeira vista, a expressiva valorização observada na semana – de praticamente 9% – foi determinada pelo momento do mês (chegada dos salários ao mercado) e pelo feriado de 7 de setembro (um abate a menos nesta semana).
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Porém, grande parte (senão a maior) desse comportamento redunda apenas do acompanhamento do mercado global de carnes, agora em franca e livre recuperação. Um acompanhamento – diga-se de passagem – ainda à distância, pois enquanto a carne de frango registra no momento ganho de pouco mais de 20% em relação a setembro de 2019, as carnes bovina e suína vêm sendo comercializadas no atacado de São Paulo por valores de 50% a 60% superiores.
E aí entra um quarto – e também decisivo – fator: a competividade da carne de frango frente às carnes suína e bovina. O que significa, também, que não se pode ir muito longe com a retomada de preços sob risco de perder parte da clientela.
O frango vivo também “entrou no clima”. Conseguiu dois ajustes consecutivos de cinco centavos cada longo no início de setembro, o que significa que, após seis exatas semanas com a cotação inalterada em R$3,90/kg (interior de São Paulo), é comercializado no momento por R$4,00/kg.
Teoricamente, deveria obter novas altas no decorrer do mês, pois nos últimos 30 dias suíno vivo e boi em pé já romperam o recorde de preços obtido no final de 2019. Porém, tudo vai depender do interesse dos abatedouros que complementam suas necessidades diárias adquirindo aves vivas no mercado independente.
A propósito, não custa lembrar que, nos últimos meses de 2019, as três carnes obtiveram expressivas altas, mas elas só beneficiaram o boi em pé e o suíno vivo, porquanto os preços do frango vivo retrocederam ao menor valor do segundo semestre. Isto, enquanto o frango abatido alcançava recordes históricos de preço.
Embora essa perspectiva não possa ser descartada, o fato é que, hoje, a oferta de aves vivas se encontra bem mais ajustado à demanda. A sinalização, portanto, é de novas altas no curtíssimo prazo.
Por Avisite
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