Preços do frango estão em alta, mas relação de troca com insumos é a pior em quase dois anos
Mesmo com os preços do frango tendo constantes altas neste início de novembro, de acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), nos cálculos parciais deste mês, a relação de troca com os insumos utilizados na alimentação das aves é a pior desde maio de 2018.
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Conforme a instituição, este cenário se dá porque produtos como milho e farelo de soja, que compõem a base da ração para as aves, tiveram valorização em proporções superiores às do frango de corte.
A informação é corroborada pelo CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, que em entrevista ao Notícias Agrícolas informou que “entre outubro do ano passado e outubro deste ano, em reais, a soja aumentou 81% e o milho, 86%, enquanto em dólar, esses insumos subiram 14% e 2,4%, respectivamente. A ração para frangos de corte, por exemplo, teve alta de 92%, enquanto o preço pago pela ave subiu 35%”.
Os números da parcial de novembro do Cepea/Esalq apontam que até a última quarta-feira (11), para cada quilo de frango vendido pelo avicultor, era possível adquirir 3,23 quilos de milho e 1,62 quilos de farelo de soja, tendo como base os preços praticados no mercado paulista. Isso significa que o poder de compra do avicultor diminuiu em 8,4% para a compra de milho e 7,7% para o farelo, no comparativo com outubro.
Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA) mostram que desde o início de novembro, o preço da ave viva subiu 3,7% em São Paulo. No mesmo período, de acordo com o Cepea/Esalq, o preço médio da saca de 60kg de milho é de R$ 80,23, avanço de 11,3% frente a outubro; já o farelo de soja tem preço médio na parcial de novembro de R$ 2.663,74 por tonelada, aumento de 10,8% na comparação com outubro.
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Ao estender análise temporal do preço da ave viva, levantado pelo IEA para 30 dias, entre 12 de outubro a 12 novembro, o valor passou de R$ 3,94 o quilo para R$ 4,18 o quilo, alta de 6,09%.
No acumulado de 30 dias, o Cepea/Esalq mostra no mercado paulista uma alta de 26,6% no preço do milho, passando de R$ 63,63/saca entre 12 de outubro para R$ 80,55 até 12 de novembro. A título de comparação, no mesmo período o preço do frango congelado subiu 10,25% e o do resfriado, 5,37%.
O presidente da Associação Paulista de Avicultura, Erico Pozzer, afirma que “esta é a realidade, e não tem milagre”. A realidade nas granjas reflete essa defasagem entre a proporção de aumento do preço pago pelo frango e do valor dos insumos.
“A realidade do Brasil neste momento com relação aos custos e a situação do mercado da avicultura está complicada. Pode ser que entremos em 2021 com custos muitos mais elevados, e o repasse de custos para o mercado é um pouco mais lento, diferente do custo da matéria-prima que segue o ritmo internacional. As margens do avicultor devem seguir pressionadas”, disse.
Fonte: Avisite
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz