As importações de soja da China em novembro voltaram a subir e alcançaram as 9,59 milhões de toneladas, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas da nação asiática divulgados nesta segunda-feira (7)
Em novembro de 2019, as compras foram de 8,28 milhões de toneladas e em outubro de 2020, de 8,7 milhões de toneladas. Na variação mensal, o aumento das compras chega a 10,23%.
De acordo com analistas internacionais, a maior parte deste volume é de oleaginosa norte-americana, dado o movimento mais intenso de compras chinesas no mercado dos EUA também na busca de alcançar – ou se aproximar – das metas propostas na fase um do acordo comercial entre os dois países.
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Todavia, ainda de acordo com informações de fontes locais ouvidas pela agência de notícias Reuters, o volume grande importado em novembro “combina cargos brasileiros e americanos, já que as margens promovidas com a soja dos EUA ficaram mais ajustadas dados os altos preços”, o que teria, inclusive, forçado alguns cancelamentos de compras da commodity estadunidense.
Somente de 4 de novembro a 4 de dezembro, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago acumulam um alta de mais de 7% nos vencimentos mais negociados. Ainda assim, as compras chinesas vêm registrando recordes dada sua demanda intensa e crescente, traduzindo um importante alinhamento de fatores, entre eles a recomposição de seus planteis de suínos e a recomposição de produtos-chave na garantia da segurança alimentar do país.
De janeiro a novembro, as importações de soja da China somam 92,8 milhões de toneladas. O número é 17% maior do que no mesmo período de 2019 e 88% se comparado ao mesmo intervalo de 2017, ano em que as compras registraram recordes.
De uma forma geral, as importações chinesas, em novembro, registraram um crescimento de 4,5% na comparação anual e marcando seu terceiro mês seguido de crescimento. Para 2021, a expectativa é de um incremento ainda maior.
“Esperamos que as importações de bens cresçam ainda mais no ano que vem, motivadas pela demanda interna forte, com as importações de bens de capital ainda mais sustentadas do que as de commodities”, explica Louis Kuijs, da Oxford Economics, ouvido pela Reuters Internacional.
Segurança alimentar
Que as necessidades chinesas são crescentes, o mundo já sabe. No entanto, com os desdobramentos da pandemia e a recuperação da Peste Suína Africana, a demanda da nação asiática por grãos vem crescendo em uma curva ascendente muito forte. Assim, o Ministério da Agricultura da China, na última semana, deu uma declaração afirmando que tem intensificado seus esforços para garantir as áreas de cultivo de grãos como mais uma forma de garantir sua segurança alimentar.
Ainda de acordo com o ministério, muitas empresas agrícolas ampliaram suas terras, porém, as destinaram para outras culturas, árvores ou piscicultura. Do mesmo modo, a pasta ainda vem contabilizando uma diminuição na área de grãos do país.
“Temos que estabilizar a produção doméstica priorizando a produção de grãos nas terras agrícolas disponíveis, as quais são limitadas. As áreas permanentes devem ser cultivadas com arroz, trigo e milho”, disse um representante do ministério. E para isso, a nação asiática vem construindo “zonas-chave de grãos” nestas terras permanentes, onde a qualidade dos solos é bem e as estruturas de irrigação são eficientes.
Fonte: Avisite
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz