Preço melhora e valor bruto de produção do algodão em Mato Grosso tem alta de 3,4%, mas produtores afirmam queda de 30% na área plantada para o próximo, caso o pacote de impostos (PLC 53/2019) seja aprovado pela Assembléia Legislativa.
Imea divulgou a terceira estimativa de 2019 para o valor bruto da produção (VBP) referente ao mês de junho, trazendo nesta nova perspectiva revisões, principalmente para o algodão de Mato Grosso.
O Imea – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – divulgou a terceira estimativa de 2019 para o valor bruto da produção (VBP) referente ao mês de junho, trazendo nesta nova perspectiva revisões, principalmente para o algodão de Mato Grosso. Segundo o relatório, o novo panorama aponta uma alta de 3,48% em relação à última previsão de R$ 11,98 bilhões, sendo assim a nova projeção para a safra está prevista em R$ 12,39 bilhões.
“Essa alta do VBP do algodão se dá em decorrência da melhora nos preços negociados até o momento, aliada ao aumento da estimativa de produção da pluma para a safra 2018/19. Desta forma o algodão vem se destacando na agricultura do estado em 2019, se mantendo como o segundo segmento economicamente mais importante para Mato Grosso”, analisa o instituto.
Para os próximos relatórios, o fator preço poderá continuar influenciando na projeção do valor bruto de produção, visto que a oscilação do dólar tem contribuído para isso.
Pacote de impostos do governo preocupa setor
O Governo estadual encaminhou ao parlamento a mensagem nº 114/2019 com o Projeto de Lei Complementar (PLC 53/2019), que está sendo considerada pelo setor, como uma nova reforma tributária em Mato Grosso.
Os números apresentados pelo IMEA durante a audiência pública realizada na última terça-feira(02), quando agrupados diretamente, mostram um aumento de 41,4% na arrecadação, o que representa R$ 339 milhões de reais a mais em impostos para o setor produtivo.
Veja como serão os impactos:
- Algodão: com o aumento da alíquota do PROALMAT de 3% para 4,8%, haverá um acréscimo de R$ 53,8 milhões na arrecadação do setor;
- Carne Bovina: sai da isenção para um acréscimo de 7% de impostos, isso representa R$ 128,8 milhões a mais na arrecadação. Lembrando que somente 10% do total de carne que é produzida, fica no estado, 65% é destinado ao comércio interestadual(com aumento de alíquota de 2,5% para 3%) e o restante, 25% vai para exportação (isento pela Lei Kandir);
- Carne Suína: também deixará de ser isenta para aumentar em 5% a alíquota, isso representa um acréscimo de R$ 13,2 milhões em arrecadação;
- Frango: antes isenta, terá um acréscimo de 5% a mais de impostos, isso representará um aumento de R$ 30,7 milhões;
- Energia Rural: a carga atual do típico produtor rural de MT é de 3%, com a nova proposta este percentual será de 17%, um aumento de mais de 5X na arrecadação, representando R$ 65,7 milhões a mais;
- Etanol: com alíquota atual de 10,5%, passará para 12,5%, representando R$ 47,2 milhões em acréscimos.
Durante a Audiência, Paulo Aguiar, produtor de algodão, usou a tribuna para salientar o descontentamento dos empresários do setor com o envio do PLC à apreciação da Assembleia, segundo ele, o governo está faltando com respeito aos produtores e parlamentares ao cobrar celeridade na aprovação de um tema que deve ser amplamente discutido antes de ser aprovado pela casa. Ele afirma enfaticamente que diante da insegurança instaurada no setor, haverá uma redução considerável de área plantada. “Vocês podem ter certeza, o ano que vem a área plantada não será a mesma, no mínimo 30% a menos, podem escrever isso, ninguém mais vai investir aqui“, finaliza.
Para ver na íntegra a cobertura da Audiência Pública que discutiu o Projeto de Lei Complementar 53, acesse o link abaixo:
https://agronews.tv.br/plc-53-considerado-a-nova-reforma-tributaria-preocupa-setor-produtivo-em-mt/
Por: AGRONEWS BRASIL, com informações do IMEA