Conforme a Federarroz, baixos estoques de passagem, flexibilização dos pagamentos dos custeios e exportações acima do previsto passarão a repercutir fortemente no mercado
Os estoques de passagem no Brasil serão os menores dos últimos 20
anos, considerando o final do ano agrícola, pelos números da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), em função da quebra expressiva de
produção no Brasil, que foi uma das maiores nos últimos dez anos. A
avaliação é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio
Grande do Sul (Federarroz).
De acordo com o diretor de Mercado da Federarroz, Marco Aurélio
Tavares, outro aspecto relevante é o escoamento de safra, considerando
a oferta no Rio Grande do Sul e a demanda do produto. Segundo dados, o
estoque no final do ciclo deste período será mínimo. Tavares projeta
“que os estoques do Rio Grande do Sul, levando em conta os dados
oficiais de estoques iniciais, produção, uso de sementes, volume de
beneficiamento e saída de arroz em casca, importações e
exportações, segundo dados do Irga e MDIC respectivamente, que ao
final do ano safra teremos mínimos estoques disponíveis de arroz em
casca no Estado, essa conjuntura nos leva a apostar em imediata
valorização do cereal”, destaca.
O dirigente também salienta a importante ação do Banco do Brasil para
reduzir a oferta no atual momento, o banco disponibilizou mecanismo
chamado de Comercialização de Produção Própria (CPP),
possibilitando a liquidação dos custeios que vencem a partir do mês
julho. A análise é de que o mecanismo vem em ótimo momento, vez que
poderá evitar a oferta de aproximadamente 350 mil toneladas ao mês ao
mercado ou o equivalente a 60% do beneficiamento de saídas do arroz em
casca do Rio Grande do Sul.
Tavares destaca as exportações de 100 mil toneladas deverão ser
efetivadas no mês de julho, de modo que as exportações no primeiro
quadrimestre deverão atingir volume aproximado de 550 mil toneladas,
volume que já atingem mais de 60% das projeções iniciais para Safra.
A Federarroz lembra que o cenário atual é similar ao da Safra
2015/2016, oportunidade em que o arroz atingiu preços de R$ 55,00 ao
longo do segundo semestre.
Por Nestor Tipa Júnior/AgroEffective