Produtores debateram importância de ter sistema sanitário robusto para estar pronto para atender novos mercados
A China e outros países asiáticos vêm enfrentando problemas sanitários com a Peste Suína Africana (PSA), o que tem feito aumentar a demanda da carne suína brasileira. O Paraná também se beneficia dessa situação. Mas isso só é possível graças ao esforço que os produtores dedicaram nas últimas décadas para construir um sistema sanitário robusto. Essa foi a conclusão dos participantes da reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP, realizada no dia 4 de julho, na sede da entidade, em Curitiba.
Reny Gerardi de Lima, presidente da Comissão Técnica de Suinocultura, mencionou que esse cenário é positivo atualmente, mas que é preciso manter o foco em uma estruturação cada vez mais sólida da cadeia produtiva paranaense. “Claro que esse momento é importante para nós. Mas, temos que perseguir a sustentabilidade do negócio, não viver se levantando de tombo em tombo. Um sistema sanitário robusto é fundamental. Sanidade não tem fronteira”, enfatizou.
Antônio Poloni, consultor da FAEP, ratificou a importância de se perseguir uma melhor sanidade, que abre, por exemplo, portas como o novo acordo comercial entre União Europeia e Mercosul (leia mais na página 7). “O acordo vem para valer. Eu, particularmente, esperava há muito tempo que acontecesse. É preciso lançar um esforço com um viés mais arrojado para consolidar essa aproximação, porque muito em breve vamos ser convidados a melhorar nosso portfólio”, alertou.
João Humberto Teotônio de Castro, fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), tratou sobre pontos importantes do controle sanitário do Estado relacionado aos suínos. “As soluções, do ponto de vista de melhor controle sanitário, sempre estão relacionadas a uma cadeia mais organizada. Quanto mais sólida, melhor. O problema está sempre no precário, na cadeia desorganizada”, disse.
Para lidar com esse cenário, Castro aponta ações imediatas nas granjas, e também na construção de novos marcos legais. “Hoje, temos problemas jurídicos que impedem de mexer em questões de criação de subsistência, não só aqui, mas no Brasil. Então é preciso que a cadeia pense em ações iniciais, de se fazer o que for possível nas propriedades para evitar problemas sanitários. E também é preciso pensar em médio e longo prazo, promover mudanças legais que permitam rever essas questões”, detalhou.
Javalis
Há ainda a questão da espécie exótica dos javalis, tema de uma mesa redonda, que contou com a presença de diversas entidades envolvidas com o controle desse animal. A espécie impõe riscos sanitários, ao meio ambiente e até mesmo à integridade física das pessoas que circulam no meio rural.
Estiveram entre os presentes na reunião Ana Lígia Lenat, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA); João Humberto Teotônio de Castro, da Adapar; Jacir José Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultura (APS); Mauro de Moura Britto, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP); e os subtenentes da 5a Região Militar do Exército Cleison Julio Cavalheiro e Diones Junior Rempel. Também integraram a programação o economista da FAEP Luiz Eliezer Ferreira e a engenheira agrônoma do SENAR-PR Flaviane Medeiros.
Fonte: Sindicarne