ANUÁRIO DO LEITE 2019, que em sua segunda edição traz análises e estatísticas que ajudam a explicar o cenário atual e as tendências do setor dentro e fora do Brasil. São 35 artigos, assinados principalmente por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e que abordam os leites especiais, os orgânicos e os A2A2.
Também são analisados o comportamento do mercado até as inovações da revolução 4.0, passando pelo desafio do Brasil exportador de lácteos e para finalizar a história da evolução genética do rebanho brasileiro.
Mercado do leite: fatores que afetam os indicadores
Nos últimos cinco anos, uma diversidade de fatores vem afetando os indicadores do setor leiteiro no país, do produtor ao consumidor.
As variações de preços do leite ao longo da cadeia estão constantemente na mídia, sendo um ponto de atenção para os diferentes atores envolvidos. Entre os produtores, são comuns as discussões sobre o preço pago pelas indústrias, visto ser esse o indicador mais fácil de ser acompanhado na gestão da atividade e afetar diretamente sua renda bruta.
Estas são apenas algumas constatações divulgadas no ANUÁRIO DO LEITE 2019, da Embrapa Gado de Leite, que você vai pode baixar no final desta matéria.
Outras informações divulgadas no compendio, esclarecem que na indústria, há sempre os debates sobre o preço a ser pago aos produtores pela matéria-prima fornecida, em função das duras negociações de preços de seus produtos finais com os varejistas. Já os varejistas aproveitam-se de seu maior poder de barganha e da diversidade de fornecedores em busca de oferecer produtos a preços atraentes aos consumidores, sem afetar suas margens.
Por fim, os consumidores, que têm o leite e os seus derivados como produtos essenciais de consumo e que apresentam grande peso na composição dos gastos com alimentação, estão sempre em busca de alimentos de qualidade e preços baixos.
Apesar de todo esse destaque, o preço do leite é apenas um indicador em um complexo mercado, de difícil gestão, sendo determinado por um conjunto de fatores ligados à própria cadeia produtiva e também externos a ela, envolvendo questões locais, nacionais e até internacionais.
De maneira geral, além dos preços do leite ao produtor, no atacado e no varejo, é importante estar atento ao mercado de grãos e de insumos, que afeta diretamente os custos de produção do leite no setor primário, aos preços internacionais de produtos lácteos e às exportações e importações de leite e derivados ao longo do ano, ao ambiente macroeconômico, que envolve o crescimento da economia e às taxas de câmbio e ao consumo de lácteos na ponta final da cadeia.
Nível de eficiência determina lucro ou prejuízo no leite
2018 foi difícil para o leite. Em 2019, o cenário deve ser melhor, com recuperação da rentabilidade, principalmente, pelos produtores eficientes.
Anualmente, a Scot Consultoria calcula as rentabilidades médias das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital. Para este cálculo são utilizados modelos econômicos que levam em consideração fatores estimados para cada negócio agropecuário (índices técnicos, localização e estrutura produtiva), conforme o nível tecnológico.
Neste sentido, ressalta-se que os resultados apresentados podem ter significativa variação, conforme alteração dos índices produtivos do seu negócio ou atividade.
No caso da pecuária leiteira, os números mostram que 2018 foi um ano difícil. Aliás, os últimos anos foram complicados para o setor, que sofreu com a queda da demanda interna, a crise econômica e o aumento dos custos de produção.
A rentabilidade média da atividade leiteira de alta tecnologia (25.000 litros/ha/ano) caiu pelo segundo ano consecutivo, passando de 2,08% em 2017 para 0,15% em 2018. Para os sistemas com produtividade média de 1.500 litros/ha/ano (baixa tecnologia) a rentabilidade foi negativa em 9,45%.
O leite e o protagonismo na Revolução 4.0
O setor lácteo vem liderando, de forma pioneira, as ações de transformação digital, constituindo-se num dos segmentos mais dinâmicos da economia brasileira.
“Tiraremos leite de pedra ou choraremos o leite derramado?”
Esta foi a pergunta motivadora para um painel que reuniu os melhores especialistas do Brasil num segmento pouco motivado a discutir questões relacionadas ao mundo do agronegócio. Foi assim que, em 2017, o “Ideas
For Milk” inspirou uma profunda reflexão durante o XXXI Simpósio de Engenharia de Software, que integrou o VIII Congresso Brasileiro de Software, realizado pela SBC (Sociedade Brasileira de Computação).
Aquele evento mostrou que o leite havia saído na frente na montagem de um ecossistema de inovação, criado pela integração de todos os participantes e atores deste movimento de estruturação do Leite 4.0. O setor lácteo, sempre visto como um segmento pouco evoluído do agronegócio brasileiro, passava, definitivamente, a liderar pelo pioneirismo as ações de transformação digital um dos segmentos mais dinâmicos da economia brasileira.
A Revolução 4.0 apoia-se fortemente nas chamadas “tecnologias habilitadoras” que, trabalhando cooperativamente, são utilizadas para promover a transformação digital em diversas áreas da sociedade. O que torna sensível o momento de transformação provocado pela Revolução 4.0, na qual o mundo está mergulhado, são as medidas da velocidade e do alcance dos avanços e, ainda, do impacto nos sistemas produtivos. Tal mudança não tem precedentes na história e provoca a transformação dos diferentes tipos de indústrias no mercado global.
Estes foram apenas alguns temas abordados no ANUÁRIO DO LEITE 2019. Clique na imagem abaixo para fazer o download completo.