Fim do crédito rural oficial para grandes produtores liberaria R$ 6 bi para o seguro.
Um programa que torne o seguro rural cada vez mais acessível ao produtor é o instrumento fundamental para uma política agrícola eficiente e moderna. Foi o que afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, nesta sexta-feira (19), em São Paulo (SP), durante evento sobre o tema, organizado pela Tokio Marine.
“Falta uma política de desenvolvimento para o agro brasileiro. A última que tivemos foi nos anos 70 baseada na criação da Embrapa.”
Segundo o ex-ministro, há um grande desafio para massificação do seguro rural, tanto de clima quanto de renda, no País. “Hoje, apenas cerca de 10% da área agrícola brasileira é segurada”. Nos Estados Unidos, para se ter ideia, este percentual beira os 90%.
De acordo com Rodrigues, a expansão do seguro terá efeitos positivos sobre a oferta de crédito para o agronegócio, porque as garantias em torno do negócio rural ficarão maiores, abrindo janelas de oportunidades para que mais players, como bancos, fundos de investimentos, etc., passem a querer financiar o setor.
“O seguro irá estabilizar a renda do produtor, assegurando na outra ponta oferta para o mercado interno e nossas exportações.”
Em sua fala, o ex-ministro citou, ainda, estudo que projeta o seguinte cenário. Com a eliminação do crédito rural oficial para grandes produtores – preservando, logicamente os médios e pequenos -, em um período de quatro anos, no quinto ano haveria cerca de R$ 6 bilhões a mais de recursos para a subvenção do seguro rural. “Os ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Paulo Guedes (Economia) estão sensíveis a isso.”
Fonte: Datagro