Sem dúvida foi mera coincidência. Mas o frango e o suíno vivos entraram em agosto apresentando idêntica variação de preço em relação aos valores iniciais de 2019
Isso, porém, teve efemeridade surpreendente. Porque, já no segundo dia de negócios do mês (2), o suíno vivo sofreu nova baixa e a similaridade de desempenho caiu por terra. Com isso, o frango volta a registrar evolução relativa de preços superior. Detalhando por espécie:
- Frango vivo: partindo de um índice 100 no início do ano, seus preços retrocederam de forma significativa entre janeiro e os primeiros dias de fevereiro. Então, começou um ciclo de altas que permitiu chegar, em abril, ao maior valor nominal da história do setor (R$3,60/kg, cotação perto de 25% superior à dos primeiros dias de 2019). Era o limite. E teve curta duração, pois menos de dois meses depois (junho) o mercado voltou a enfraquecer e a registrar novas baixas, até atingir o patamar atual – R$3,30/kg, valor menos de 14% superior ao do início de 2019 (R$2,90/kg).
- Suíno vivo: registrou nos primeiros dias do ano o mesmo comportamento do frango vivo. Porém, sofreu retrocesso de preço bem mais grave, mas que também se estendeu até o início de fevereiro. Entrou então em fase de recuperação, sem no entanto atingir o elevado patamar experimentado pelo frango vivo. Porém, a partir de maio (influenciado, aparentemente, pelas novas perspectivas de exportação), o mercado experimentou verdadeira explosão de preços. A ponto de – na virada de junho para julho – chegar-se a um valor quase 40% superior ao do início do ano e a preços nunca antes registrados na história do setor. Mas isso também foi efêmero, pois no decorrer de julho perdeu-se tudo o que havia sido conquistado entre maio e junho. Na passagem de julho para agosto, a evolução de preços do suíno vivo igualou-se à do frango vivo (valor 14% superior ao do início do ano) mas, no momento, a cotação vigente está apenas 10% acima da registrada quase oito meses atrás (de R$75,50/arroba para R$83,50/arroba).
- Boi em pé: registra, até aqui, comportamento bem mais estável que o do frango e suíno vivos. Assim, enquanto os preços máximos alcançados por esses dois produtos ficaram (cerca de) 25% e 40% acima do valor inicial do ano, o incremento máximo obtido pelo boi em pé neste ano não passou de 5%. Em contrapartida, frente a valores mínimos que chegaram a ficar mais de 5% e 10% abaixo do preço inicial do ano (casos do frango e do suíno vivos, respectivamente), o mínimo do boi em pé ficou menos de 1% aquém do primeiro preço do ano. No momento, o ganho não chega a 3% (R$153,00/arroba no início do ano; R$157,00/arroba nos últimos 12 dias).
Em decorrência dessa estabilidade, o boi em pé registra, por ora, um valor médio cerca de 2% superior ao da abertura de 2019, enquanto para o frango e o suíno esses ganhos vão pouco além dos 12%.
Fonte: Avisite