O governo de Portugal impôs racionamento de combustível a postos de gasolina depois que caminhoneiros iniciaram nesta segunda-feira greve por tempo indeterminado, além de prometer impedir que a ação trabalhista paralise o país no auge da temporada turística
Uma greve semelhante ocorreu em abril no que se caracterizou como o pior episódio de instabilidade industrial de Portugal em anos, provocando críticas ao governo socialista, mas, desta vez, um melhor planejamento de contingência pode até beneficiar o governo em uma próxima eleição parlamentar marcada para 6 de outubro, segundo analistas.
O governo declarou uma crise de energia na sexta-feira, o que possibilitou que garantisse o abastecimento total de portos, hospitais, aeroportos e outros consumidores emergenciais, além de decretar funcionamento mínimo à rede de postos de combustível do país.
Cerca de 30% dos postos portugueses estavam sem combustível, mas havia poucas filas nos que ainda se mantinham ativos.
“Gostaria de ressaltar como positivo que os serviços mínimos estão sendo prestados… A situação é de normalidade e civilidade”, disse o primeiro-ministro, António Costa, a jornalistas.
Não houve necessidade de recorrer a um plano de apoio para mobilizar o exército e os motoristas da polícia, acrescentou Costa, embora o governo esteja pronto para acionar essas e outras medidas especiais se o fornecimento for comprometido.
Os caminhoneiros disseram que a greve será mantida até que a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) faça uma “proposta razoável”. Os caminhoneiros querem melhores pagamentos e direitos trabalhistas.
“Até lá, vamos fazer greve por um dia, uma semana, um mês, pelo tempo que for”, afirmou o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Materiais Perigosos, Pedro Pardal Henriques, responsável pela convocação da greve. O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias também aderiu à greve.
Por Catarina Demony/ Reuters