Em meio ao acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a moeda norte-americana voltou a subir e fechou no maior nível em quase um ano. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (23) vendido a R$ 4,124, com alta de R$ 0,047 (1,15%). A divisa está na maior cotação desde 18 de setembro do ano passado (R$ 4,14).
O dia foi de perdas no mercado de ações. O Índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou o dia com queda de 2,62%, aos 97.391 pontos. O indicador está no menor nível desde 6 de junho.
O dólar e a bolsa tinham começado a sessão relativamente estáveis, mas passaram a oscilar depois que a China confirmou que sobretaxará a soja dos Estados Unidos em 5% e o trigo, o milho, o sorgo e a carne bovina e suína em 10%. A elevação representa uma retaliação à imposição de tarifas sobre produtos chineses em US$ 300 bilhões por parte do governo do presidente Donald Trump.
Hoje, o Banco Central (BC) vendeu integralmente o lote de US$ 550 milhões das reservas internacionais no mercado à vista para segurar o câmbio. A operação faz parte de uma nova estratégia de retorno do uso das reservas internacionais como instrumento de intervenção cambial.
A última vez que isso tinha ocorrido tinha sido em fevereiro de 2009, no auge da crise econômica global provocada pela quebra no mercado de subprime (crédito imobiliário de baixa qualidade) nos Estados Unidos.
* Com informações da Deustsche Welle, emissora pública de televisão da Alemanha, e da NHK, emissora pública de televisão do Japão