A alta comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), MIchelle Bachelet, disse hoje (13) que está preocupada com a repressão às manifestações pró-democracia em Hong Kong e pediu um inquérito imparcial na ex-colônia britânica.
Ela “condena qualquer forma de violência e apela às autoridades de Hong Kong para que abram um inquérito rápido, independente e imparcial” sobre o comportamento das forças de segurança, informou o porta-voz Rupert Colville, em entrevista em Genebra.
A alta comissária lembra que o direito à liberdade de expressão e à reunião pacífica, assim como o direito de participar dos assuntos públicos são reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Lei Fundamental que rege Hong Kong.
Bachelet disse que seu gabinete tem “provas credíveis de que os agentes das forças de segurança usaram as armas de forma proibida pelas normas internacionais”.
Ela citou disparos de gás lacrimogêneo “em áreas povoadas e confinadas, diretamente sobre manifestantes, com risco considerável de matar ou ferir gravemente”.
“O Alto Comissariado pede expressamente às autoridades de Hong Kong para investigarem imediatamente esses incidentes e agir com contenção para que os direitos dos que exprimem suas opiniões pacificamente sejam respeitados e protegidos”, disse o porta-voz.
A ex-colónia britânica enfrenta sua pior crise política desde a transferência de soberania do Reino Unido para a China em 1997.
A contestação social começou no início de junho contra um projeto de lei que pretendia autorizar as extradições para Pequim.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da atual chefe do governo, uma investigação independente sobre a violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
*Agência pública de televisão de Portugal