A contribuição da ciência agronômica a ações que garantam a segurança alimentar para a população brasileira e mundial, em tempos de incertezas climáticas e busca por eficiência e competitividade, com o uso sustentável dos recursos naturais. E os desafios impostos aos profissionais da Engenharia Agronômica para encontrar saídas empreendedoras em um mercado desafiador. Essa foi a tônica das discussões nas palestras, painéis, mesas redondas, minicursos e apresentações de trabalhos técnico-científicos do XXXI Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), realizado entre os dias 20 e 23 de agosto, no Rio de Janeiro. Pesquisadores da Embrapa, que apoiou a organização do evento, participaram de vários debates.
O painel de abertura discutiu a importância da agropecuária brasileira para a segurança alimentar global e os desafios para que a tecnologia e a inovação beneficiem um número cada vez maior de produtores. Os palestrantes foram o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues, e o chefe-geral da Embrapa Solos (RJ), José Carlos Polidoro.
Rodrigues ressaltou uma projeção publicada em 2017 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que aponta que o Brasil terá que aumentar sua produção de alimentos em 41% até 2027 para atender à crescente demanda mundial, contra 15% da China, 12% da União Europeia e 10% dos Estados Unidos. “Essa visão internacional sobre a agropecuária brasileira se deve a três fatores que nenhum outro país tem juntos e em abundância: terra, tecnologia e recursos humanos.”
Também chama a atenção do mundo, de acordo com o ex-ministro, a capacidade do Brasil de aumentar a sua produtividade de grãos sem precisar expandir exponencialmente as áreas de cultivo. Dados da Conab mostram que o País aumentou a sua produção de grãos em 317% entre 1990/91 e 2018/19, enquanto o aumento da área cultivada no período foi de 66%.
A capacidade produtiva e tecnológica mostra que o Brasil tem totais condições de ampliar sua produção de alimentos em mais de 40% em dez anos. Mas, de acordo com Rodrigues, esse potencial só será alcançado com uma estratégia adequada, com políticas públicas e atuação privada sintonizadas. Proposta nesse sentido foi construída pela Cátedra de Agronegócios, criada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2017, dando origem ao livro Agro é Paz – análises e propostas para o Brasil alimentar o mundo, organizado por Roberto Rodrigues e lançado no ano passado.
Polidoro refletiu sobre a capacidade tecnológica que levou o Brasil, calcado em uma agricultura de base científica, a atingir a sua segurança alimentar e energética nos últimos 40 anos. “Temos um passado marcado pela inovação que precisa ser exaltado. O fato de termos a maior parte do nosso território preservado, de termos aumentando a produtividade conseguindo poupar terras, é em função de tecnologia, inovação e ousadia dos profissionais da Agronomia, que nos levou a ter uma agricultura de altíssima eficiência”, pontuou, lembrando o legado do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).
O gestor da Embrapa Solos, no entanto, ponderou que o Brasil não está atualmente entre os países mais inovadores no agronegócio. Na chamada era das agritechs – startups que estão revolucionando a produtividade no campo com foco em agricultura de precisão, monitoramento de lavouras e automação de equipamentos –, países como Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e alguns europeus estão bem mais avançados. Para Polidoro, é preciso ampliar os horizontes da formação dos engenheiros agrônomos, inserindo na grade curricular disciplinas estruturadas sobre inovação tecnológica e empreendedorismo.
“O caminho são esses jovens profissionais botando o pé na estrada da inovação. É preciso que eles estejam preparados para trilhar novos caminhos, aproveitar as janelas de oportunidades que estão se abrindo, tornarem-se doutores empreendedores e inovadores para o agronegócio. É necessário que os alunos, especialmente os de pós-graduação, enxerguem outras oportunidades no mercado além das carreiras de pesquisador e professor”, afirmou.
O congresso
O CBA é considerado o maior evento da agronomia brasileira e reúne, a cada dois anos, profissionais da área que exercem diferentes especialidades, como empresários, produtores, consultores técnicos, extensionistas, produtores, professores, pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação.
O tema central desta 31ª edição, “Agronomia do presente: cooperativismo, empreendedorismo, tecnologia e inovação”, buscou levantar reflexões sobre como vencer os desafios para a profissão de Engenheiro Agrônomo frente aos intensos processos de mudança nas formas de produção, à hiperconexão da sociedade, à articulação de redes sociais, à inteligência coletiva e ao multiculturalismo.
O XXXI CBA foi promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (CONFAEAB) e realizada pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro (AEARJ), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Embrapa, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (SEAPPA), do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Assembleia Legislativa do Estado (ALERJ) e do sistema CONFEA-CREA-RJ-MÚTUA.
A contribuição da ciência agronômica a ações que garantam a segurança alimentar para a população brasileira e mundial, em tempos de incertezas climáticas e busca por eficiência e competitividade, com o uso sustentável dos recursos naturais. E os desafios impostos aos profissionais da Engenharia Agronômica para encontrar saídas empreendedoras em um mercado desafiador. Essa foi a tônica das discussões nas palestras, painéis, mesas redondas, minicursos e apresentações de trabalhos técnico-científicos do XXXI Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), realizado entre os dias 20 e 23 de agosto, no Rio de Janeiro. Pesquisadores da Embrapa, que apoiou a organização do evento, participaram de vários debates.
O painel de abertura discutiu a importância da agropecuária brasileira para a segurança alimentar global e os desafios para que a tecnologia e a inovação beneficiem um número cada vez maior de produtores. Os palestrantes foram o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues, e o chefe-geral da Embrapa Solos (RJ), José Carlos Polidoro.
Rodrigues ressaltou uma projeção publicada em 2017 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que aponta que o Brasil terá que aumentar sua produção de alimentos em 41% até 2027 para atender à crescente demanda mundial, contra 15% da China, 12% da União Europeia e 10% dos Estados Unidos. “Essa visão internacional sobre a agropecuária brasileira se deve a três fatores que nenhum outro país tem juntos e em abundância: terra, tecnologia e recursos humanos.”
Também chama a atenção do mundo, de acordo com o ex-ministro, a capacidade do Brasil de aumentar a sua produtividade de grãos sem precisar expandir exponencialmente as áreas de cultivo. Dados da Conab mostram que o País aumentou a sua produção de grãos em 317% entre 1990/91 e 2018/19, enquanto o aumento da área cultivada no período foi de 66%.
A capacidade produtiva e tecnológica mostra que o Brasil tem totais condições de ampliar sua produção de alimentos em mais de 40% em dez anos. Mas, de acordo com Rodrigues, esse potencial só será alcançado com uma estratégia adequada, com políticas públicas e atuação privada sintonizadas. Proposta nesse sentido foi construída pela Cátedra de Agronegócios, criada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2017, dando origem ao livro Agro é Paz – análises e propostas para o Brasil alimentar o mundo, organizado por Roberto Rodrigues e lançado no ano passado.
Polidoro refletiu sobre a capacidade tecnológica que levou o Brasil, calcado em uma agricultura de base científica, a atingir a sua segurança alimentar e energética nos últimos 40 anos. “Temos um passado marcado pela inovação que precisa ser exaltado. O fato de termos a maior parte do nosso território preservado, de termos aumentando a produtividade conseguindo poupar terras, é em função de tecnologia, inovação e ousadia dos profissionais da Agronomia, que nos levou a ter uma agricultura de altíssima eficiência”, pontuou, lembrando o legado do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).
O gestor da Embrapa Solos, no entanto, ponderou que o Brasil não está atualmente entre os países mais inovadores no agronegócio. Na chamada era das agritechs – startups que estão revolucionando a produtividade no campo com foco em agricultura de precisão, monitoramento de lavouras e automação de equipamentos –, países como Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e alguns europeus estão bem mais avançados. Para Polidoro, é preciso ampliar os horizontes da formação dos engenheiros agrônomos, inserindo na grade curricular disciplinas estruturadas sobre inovação tecnológica e empreendedorismo.
“O caminho são esses jovens profissionais botando o pé na estrada da inovação. É preciso que eles estejam preparados para trilhar novos caminhos, aproveitar as janelas de oportunidades que estão se abrindo, tornarem-se doutores empreendedores e inovadores para o agronegócio. É necessário que os alunos, especialmente os de pós-graduação, enxerguem outras oportunidades no mercado além das carreiras de pesquisador e professor”, afirmou.
O congresso
O CBA é considerado o maior evento da agronomia brasileira e reúne, a cada dois anos, profissionais da área que exercem diferentes especialidades, como empresários, produtores, consultores técnicos, extensionistas, produtores, professores, pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação.
O tema central desta 31ª edição, “Agronomia do presente: cooperativismo, empreendedorismo, tecnologia e inovação”, buscou levantar reflexões sobre como vencer os desafios para a profissão de Engenheiro Agrônomo frente aos intensos processos de mudança nas formas de produção, à hiperconexão da sociedade, à articulação de redes sociais, à inteligência coletiva e ao multiculturalismo.
O XXXI CBA foi promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (CONFAEAB) e realizada pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro (AEARJ), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Embrapa, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (SEAPPA), do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Assembleia Legislativa do Estado (ALERJ) e do sistema CONFEA-CREA-RJ-MÚTUA.