O 12º Congresso Brasileiro do Algodão apresentou enorme conteúdo inovador aos participantes, em seu segundo dia, dentro das atividades que aconteceram no Centro de Convenções de Goiânia, no Estado de Goiás. Em continuidade à programação científica, os pesquisadores que integram o congresso trouxeram os resultados dos seus estudos para as palestras, plenárias, os workshops e as salas temáticas, compartilhando conhecimentos, por meio de diálogos entre os presentes.
Quarto maior produtor mundial e segundo em exportação, o Brasil tem hoje o algodão como uma das quatro mais importantes culturas da agricultura do País, atrás apenas da soja, da cana de açúcar e do milho. Agora, visando à sustentabilidade desse crescimento, conquistado com o trabalho conjunto das diversas instituições envolvidas na cadeia da pluma, o cuidado com a qualidade das cultivares desenvolvidas torna-se condição imprescindível.
Qualidade
Sobre esse ponto crucial, os congressistas promoveram discussões durante todo o dia, compartilhando dados sobre o desempenho das cultivares de algodão disponíveis para o Cerrado brasileiro. Entre os integrantes da mesa que abriu esse diálogo, estava o pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco Farias, que trouxe informações e ressaltou a importância da seleção das melhores variedades para as condições desse bioma brasileiro, destacando os estudos que promoveram adaptabilidade e estabilidade, e que buscaram mantê-las produtivas na diversidade ambiental.
Solos
Questão de suma relevância para os bons resultados de qualquer cultura, o segundo dia do 12º CBA teve uma sala temática dedicada ao tema ‘Solos’, mais especificamente, aos atributos físicos e biológicos e seus efeitos sobre a produtividade do algodoeiro. As conversas foram comandadas pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas. Da mesa, participou a pesquisadora, Ieda Carvalho, da Embrapa Cerrados, que apresentou resultados da pesquisa considerada a mais nova aliada da sustentabilidade na agricultura brasileira: ‘Bioanálise de Solo’, que se realiza agregando as enzimas betaglicosidase e sulfatase às análises de rotina da terra, possibilitando ao produtor acesso, compreensão e interpretação da saúde do seu campo. “Solo saudável, planta saudável”, afirma ela.
Os estudos da pesquisadora revelaram que as fazendas produtoras de algodão em Goiás têm preservado o solo, e que a rotação de culturas, o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta são caminhos para o aprimoramento.
Pragas
À tarde, sob a coordenação do pesquisador da Embrapa Algodão, José Ednilson Miranda, realizou-se a Sala Temática “Situação atual e alternativas de controle de spodoptera (lagarta do cartucho), ácaro rajado e mosca branca, no contexto do Manejo Integrado de Pragas (MIP)”. De acordo com o pesquisador, estas três, juntas, respondem hoje por cerca de um terço de todas as pragas que atingem o algodoeiro, tendo se tornando um problema comparado em proporção ao bicudo, demandando, como no caso deste, cerca de 20 aplicações de defensivos por safra, com gastos que atingem R$1,2 mil por hectare.
Fusariose
Principal doença do algodoeiro, a mancha de fusarium foi o tema da participação do pesquisador Luiz Gonzaga Chitarra, da Embrapa Algodão. Discutindo os problemas fitopatológicos emergentes na cultura, a Sala Temática alertou para os riscos que esse problema traz às lavouras. Segundo o pesquisador, existem oito raças da Fusariose no mundo, tendo sido detectada no Brasil apenas a raça 6. O maior risco é a introdução da raça 4, originária da Índia, mas já encontrada nos EUA. “Trata-se de uma raça que causa muitos prejuízos à lavoura e, uma vez introduzida, fica difícil controlar ou erradicar, por ser uma doença que pode infectar com muita severidade as plantas brasileiras”, diz Chitarra. Ele ressaltou que a forma de controle da doença, que pode se disseminar pela própria semente, vento e água, está no desenvolvimento de variedade resistente e no cuidado com a qualidade das sementes.
Plantas daninhas
As alternativas de combate à ao desenvolvimento de resistência a herbicidas em ervas daninhas, foram a pauta do debate na tarde do dia 28, na sala temática “Manejo das plantas daninhas no cultivo do algodoeiro”. Sobre o tema, o pesquisador Alexandre Cunha de Barcellos (Embrapa Algodão), chamou a atenção para a importância do manejo integrado, com a adoção de estratégias de ações preventivas e culturais, como a limpeza das máquinas para evitar a infestação pelo transporte de sementes, e o sistema de plantio direto, no qual a criação de uma cobertura com palha e restos de vegetais contribui para impedir a germinação e emergência de espécies daninhas. “A orientação mais importante é que apenas o herbicida sozinho não será eficiente, em médio e longo prazo, como medida de controle”, afirmou o pesquisador, ao ressaltar ainda a importância da diversificação de culturas.
Qualidade da fibra
O pesquisador Liv Severino, chefe-geral da Embrapa Algodão, coordenou a Sala Temática “A Fibra Brasileira e os Mercados Compradores”. O tema abordado destacou a qualidade da fibra, área bem que o Brasil tem avançado muito, em especial nos últimos dez anos, em busca de reputação do produto de excelência. Segundo o pesquisador, contudo, ainda há muito o que melhorar. “Hoje a gente está visualizando muito mais o que precisamos começar a trabalhar. Realmente, o algodão está melhorando muito a qualidade, estamos conquistando este reconhecimento e, temos que mantê-lo, dando passos muito maiores para o futuro”, disse Liv.
Adubação e nematoide
A Embrapa esteve ainda nos trabalhos das seguintes Salas Temáticas: “Gestão de Adubação com Foco em Sistemas e Ambientes de Produção de Algodão”, coordenada pela pesquisadora Ana Luiza Borin (Embrapa Algodão), com participação do pesquisador Álvaro Vilela (Embrapa Milho e Sorgo); “O Manejos dos nematoides nos Sistemas de Cultura do Cerrado”, sob coordenação de Fabiano Perina.
Além das coordenações das salas e das palestras realizadas pela equipe da Embrapa Algodão, nesse segundo dia, os pesquisadores Ziany Neiva e Sidnei Cavallieri tiveram seus trabalhos selecionados para apresentação oral no congresso. Os temas foram, respectivamente, “Uso de imagens de satélite para aplicação de desfolhantes em taxa variada na cultura do algodoeiro” e “Manejo de Plantas Daninhas visando o controle de aparecimento de resistência a herbicidas no sistema de cultivo soja-milho-algodão”.
Veja aqui o LIVRO DE RESUMOS dos trabalhos apresentados no 12º CBA
O 12º Congresso Brasileiro do Algodão apresentou enorme conteúdo inovador aos participantes, em seu segundo dia, dentro das atividades que aconteceram no Centro de Convenções de Goiânia, no Estado de Goiás. Em continuidade à programação científica, os pesquisadores que integram o congresso trouxeram os resultados dos seus estudos para as palestras, plenárias, os workshops e as salas temáticas, compartilhando conhecimentos, por meio de diálogos entre os presentes.
Quarto maior produtor mundial e segundo em exportação, o Brasil tem hoje o algodão como uma das quatro mais importantes culturas da agricultura do País, atrás apenas da soja, da cana de açúcar e do milho. Agora, visando à sustentabilidade desse crescimento, conquistado com o trabalho conjunto das diversas instituições envolvidas na cadeia da pluma, o cuidado com a qualidade das cultivares desenvolvidas torna-se condição imprescindível.
Qualidade
Sobre esse ponto crucial, os congressistas promoveram discussões durante todo o dia, compartilhando dados sobre o desempenho das cultivares de algodão disponíveis para o Cerrado brasileiro. Entre os integrantes da mesa que abriu esse diálogo, estava o pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco Farias, que trouxe informações e ressaltou a importância da seleção das melhores variedades para as condições desse bioma brasileiro, destacando os estudos que promoveram adaptabilidade e estabilidade, e que buscaram mantê-las produtivas na diversidade ambiental.
Solos
Questão de suma relevância para os bons resultados de qualquer cultura, o segundo dia do 12º CBA teve uma sala temática dedicada ao tema ‘Solos’, mais especificamente, aos atributos físicos e biológicos e seus efeitos sobre a produtividade do algodoeiro. As conversas foram comandadas pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas. Da mesa, participou a pesquisadora, Ieda Carvalho, da Embrapa Cerrados, que apresentou resultados da pesquisa considerada a mais nova aliada da sustentabilidade na agricultura brasileira: ‘Bioanálise de Solo’, que se realiza agregando as enzimas betaglicosidase e sulfatase às análises de rotina da terra, possibilitando ao produtor acesso, compreensão e interpretação da saúde do seu campo. “Solo saudável, planta saudável”, afirma ela.
Os estudos da pesquisadora revelaram que as fazendas produtoras de algodão em Goiás têm preservado o solo, e que a rotação de culturas, o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta são caminhos para o aprimoramento.
Pragas
À tarde, sob a coordenação do pesquisador da Embrapa Algodão, José Ednilson Miranda, realizou-se a Sala Temática “Situação atual e alternativas de controle de spodoptera (lagarta do cartucho), ácaro rajado e mosca branca, no contexto do Manejo Integrado de Pragas (MIP)”. De acordo com o pesquisador, estas três, juntas, respondem hoje por cerca de um terço de todas as pragas que atingem o algodoeiro, tendo se tornando um problema comparado em proporção ao bicudo, demandando, como no caso deste, cerca de 20 aplicações de defensivos por safra, com gastos que atingem R$1,2 mil por hectare.
Fusariose
Principal doença do algodoeiro, a mancha de fusarium foi o tema da participação do pesquisador Luiz Gonzaga Chitarra, da Embrapa Algodão. Discutindo os problemas fitopatológicos emergentes na cultura, a Sala Temática alertou para os riscos que esse problema traz às lavouras. Segundo o pesquisador, existem oito raças da Fusariose no mundo, tendo sido detectada no Brasil apenas a raça 6. O maior risco é a introdução da raça 4, originária da Índia, mas já encontrada nos EUA. “Trata-se de uma raça que causa muitos prejuízos à lavoura e, uma vez introduzida, fica difícil controlar ou erradicar, por ser uma doença que pode infectar com muita severidade as plantas brasileiras”, diz Chitarra. Ele ressaltou que a forma de controle da doença, que pode se disseminar pela própria semente, vento e água, está no desenvolvimento de variedade resistente e no cuidado com a qualidade das sementes.
Plantas daninhas
As alternativas de combate à ao desenvolvimento de resistência a herbicidas em ervas daninhas, foram a pauta do debate na tarde do dia 28, na sala temática “Manejo das plantas daninhas no cultivo do algodoeiro”. Sobre o tema, o pesquisador Alexandre Cunha de Barcellos (Embrapa Algodão), chamou a atenção para a importância do manejo integrado, com a adoção de estratégias de ações preventivas e culturais, como a limpeza das máquinas para evitar a infestação pelo transporte de sementes, e o sistema de plantio direto, no qual a criação de uma cobertura com palha e restos de vegetais contribui para impedir a germinação e emergência de espécies daninhas. “A orientação mais importante é que apenas o herbicida sozinho não será eficiente, em médio e longo prazo, como medida de controle”, afirmou o pesquisador, ao ressaltar ainda a importância da diversificação de culturas.
Qualidade da fibra
O pesquisador Liv Severino, chefe-geral da Embrapa Algodão, coordenou a Sala Temática “A Fibra Brasileira e os Mercados Compradores”. O tema abordado destacou a qualidade da fibra, área bem que o Brasil tem avançado muito, em especial nos últimos dez anos, em busca de reputação do produto de excelência. Segundo o pesquisador, contudo, ainda há muito o que melhorar. “Hoje a gente está visualizando muito mais o que precisamos começar a trabalhar. Realmente, o algodão está melhorando muito a qualidade, estamos conquistando este reconhecimento e, temos que mantê-lo, dando passos muito maiores para o futuro”, disse Liv.
Adubação e nematoide
A Embrapa esteve ainda nos trabalhos das seguintes Salas Temáticas: “Gestão de Adubação com Foco em Sistemas e Ambientes de Produção de Algodão”, coordenada pela pesquisadora Ana Luiza Borin (Embrapa Algodão), com participação do pesquisador Álvaro Vilela (Embrapa Milho e Sorgo); “O Manejos dos nematoides nos Sistemas de Cultura do Cerrado”, sob coordenação de Fabiano Perina.
Além das coordenações das salas e das palestras realizadas pela equipe da Embrapa Algodão, nesse segundo dia, os pesquisadores Ziany Neiva e Sidnei Cavallieri tiveram seus trabalhos selecionados para apresentação oral no congresso. Os temas foram, respectivamente, “Uso de imagens de satélite para aplicação de desfolhantes em taxa variada na cultura do algodoeiro” e “Manejo de Plantas Daninhas visando o controle de aparecimento de resistência a herbicidas no sistema de cultivo soja-milho-algodão”.
Veja aqui o LIVRO DE RESUMOS dos trabalhos apresentados no 12º CBA