A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, em parceria, trabalham no desenvolvimento de estratégias para a erradicação da mosca-da-carambola no Brasil. Na semana passada, as instituições participaram de reunião técnica com o senador Lucas Barreto (PSD/AP) onde manifestaram preocupação com a praga e pediram apoio do Congresso Nacional para a execução de medidas preventivas.
A praga não ataca somente a carambola. Detectada pela primeira vez em 1996 no Brasil, já houve registro de infestação em 21 frutos, entre eles: goiaba, taperebá, acerola, abiu, manga, araçá-boi, pimenta-de-cheiro, muruci, pitanga, ameixa-preta, caju, tangerina e laranja-da-terra.
Acesse aqui e saiba mais sobre os hospedeiros da mosca-da-carambola.
Mesmo com a mosca-da-carambola restrita aos estados de Roraima e Amapá, há uma preocupação do setor produtivo em decorrência da ampliação das áreas afetadas pela praga: em 2018, identificaram-se focos no arquipélago de Marajó (PA). Como conseqüência, uma resolução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) categorizou o Estado do Pará em áreas sob quarentena, zona tampão e áreas sem detecção. Os municípios que compõem o Pólo Citrícola do Nordeste Paraense foram enquadrados na zona tampão, o que permite a comercialização de frutos desde que estejam em conformidade com os procedimentos previstos em instrução normativa.
“Nesse momento acreditamos ser importante a união de esforços institucionais para conter o avanço da praga, com a execução de ações que complementem o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Mosca-da-Carambola coordenado pelo Mapa”, destacou Jefferson Costa, pesquisador da Gerência de Relações Institucionais e Governamentais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Grig/Sire). O pesquisador atua, desde 2018, como articulador da Embrapa junto às câmaras setoriais e temáticas do Mapa.
Costa participou da reunião técnica coordenada pelo senador Lucas Barreto (PSD/AP), junto com o presidente da Abrafrutas/CNA, Luiz Roberto Barcelos, o superintendente do Mapa no Estado do Amapá, José Victor Torres e o secretario de Estado do Desenvolvimento Rural de Amapá, Daniel Montagner. Entre as reivindicações apresentadas ao parlamento, os representantes da CNA e Abrafrutas solicitaram apoio dos parlamentares para o descontingenciamento de recursos do governo federal destinados à defesa vegetal. As outras duas medidas de apoio para o setor apresentadas na audiência foram a criação do Fundo Privado de Proteção Sanitária para a Fruticultura Nacional e a revogação de norma que proíbe a importação de insetos exóticos para o controle biológico.
Além do programa de monitoramento da praga sob a coordenação do Mapa, estados e municípios das regiões endêmicas também articulam parcerias para conter o avanço da praga. No Amapá, no município de Mazagão, foi instalado, em março deste ano, um posto de fiscalização para impedir que a fruta contaminada chegue a outros estados. O posto é resultado da soma de esforços dos governos do estado do Pará e Amapá.
“A vulnerabilidade de nossas fronteiras, aliadas a grande extensão territorial brasileira e o intenso trânsito de cargas e pessoas, especialmente a partir do estado do Pará para o restante do país, em função da malha rodoviária existente, predispõe outras regiões brasileiras ao risco da dispersão da mosca-da-carambola. Esse cenário se torna ainda mais preocupante quando consideramos as áreas de fruticultura irrigada para exportação, localizadas especialmente no Vale do São Francisco, região Nordeste do Brasil, onde as condições de temperatura e umidade proporcionadas pela prática da irrigação tornam o ambiente favorável ao desenvolvimento praga”, esclarece Costa.
Por isso, no âmbito nacional, CNA, Abrafrutas, Mapa e Embrapa organizam um seminário, previsto para acontecer em setembro, na sede da CNA, para discutir um conjunto de medidas que possam contribuir para o controle e monitoramento da praga no País. Entre eles, a discussão da criação do Fundo Privado de Proteção Sanitária que possibilitaria o aumento de recursos para investimento no controle da praga. O evento reunirá produtores, técnicos do Mapa, pesquisadores da Embrapa, agentes de defesa, gestores públicos, além de representantes da cadeia produtiva da fruticultura como cooperativas e sindicatos rurais.
A Embrapa Amapá é a unidade coordenadora das pesquisas sobre a mosca-da-carambola no Brasil. De acordo com o gestor da Unidade, o pesquisador Nagib Jorge Melém Júnior, a criação de um Fundo Privado de Proteção Sanitária para a Fruticultura Nacional será fundamental e estratégico para avançar nas alternativas de controle e erradicação dessa praga no país. “Essa iniciativa contribuirá sobremaneira para a proteção, manutenção e expansão da fruticultura nacional garantindo a geração de divisas e postos de empregos vinculados a esse setor do agronegócio brasileiro”, destaca o chefe-geral da Unidade.
Produção nacional de frutas
De acordo com a Embrapa, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas com cerca de 44 milhões de toneladas em 2017, das quais 97% são consumidas internamente e 3% são destinadas ao mercado externo. A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica, envolve mais de seis milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indireta no setor.
A dispersão da mosca da carambola pelo Brasil poderia ocasionar prejuízos de grandes proporções. Segundo estudos da Embrapa (disponível aqui), estimativas indicam um prejuízo de US$ 30,7 milhões no primeiro ano e cerca de US$ 92,4 milhões no terceiro ano da infestação.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, em parceria, trabalham no desenvolvimento de estratégias para a erradicação da mosca-da-carambola no Brasil. Na semana passada, as instituições participaram de reunião técnica com o senador Lucas Barreto (PSD/AP) onde manifestaram preocupação com a praga e pediram apoio do Congresso Nacional para a execução de medidas preventivas.
A praga não ataca somente a carambola. Detectada pela primeira vez em 1996 no Brasil, já houve registro de infestação em 21 frutos, entre eles: goiaba, taperebá, acerola, abiu, manga, araçá-boi, pimenta-de-cheiro, muruci, pitanga, ameixa-preta, caju, tangerina e laranja-da-terra.
Acesse aqui e saiba mais sobre os hospedeiros da mosca-da-carambola.
Mesmo com a mosca-da-carambola restrita aos estados de Roraima e Amapá, há uma preocupação do setor produtivo em decorrência da ampliação das áreas afetadas pela praga: em 2018, identificaram-se focos no arquipélago de Marajó (PA). Como conseqüência, uma resolução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) categorizou o Estado do Pará em áreas sob quarentena, zona tampão e áreas sem detecção. Os municípios que compõem o Pólo Citrícola do Nordeste Paraense foram enquadrados na zona tampão, o que permite a comercialização de frutos desde que estejam em conformidade com os procedimentos previstos em instrução normativa.
“Nesse momento acreditamos ser importante a união de esforços institucionais para conter o avanço da praga, com a execução de ações que complementem o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Mosca-da-Carambola coordenado pelo Mapa”, destacou Jefferson Costa, pesquisador da Gerência de Relações Institucionais e Governamentais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Grig/Sire). O pesquisador atua, desde 2018, como articulador da Embrapa junto às câmaras setoriais e temáticas do Mapa.
Costa participou da reunião técnica coordenada pelo senador Lucas Barreto (PSD/AP), junto com o presidente da Abrafrutas/CNA, Luiz Roberto Barcelos, o superintendente do Mapa no Estado do Amapá, José Victor Torres e o secretario de Estado do Desenvolvimento Rural de Amapá, Daniel Montagner. Entre as reivindicações apresentadas ao parlamento, os representantes da CNA e Abrafrutas solicitaram apoio dos parlamentares para o descontingenciamento de recursos do governo federal destinados à defesa vegetal. As outras duas medidas de apoio para o setor apresentadas na audiência foram a criação do Fundo Privado de Proteção Sanitária para a Fruticultura Nacional e a revogação de norma que proíbe a importação de insetos exóticos para o controle biológico.
Além do programa de monitoramento da praga sob a coordenação do Mapa, estados e municípios das regiões endêmicas também articulam parcerias para conter o avanço da praga. No Amapá, no município de Mazagão, foi instalado, em março deste ano, um posto de fiscalização para impedir que a fruta contaminada chegue a outros estados. O posto é resultado da soma de esforços dos governos do estado do Pará e Amapá.
“A vulnerabilidade de nossas fronteiras, aliadas a grande extensão territorial brasileira e o intenso trânsito de cargas e pessoas, especialmente a partir do estado do Pará para o restante do país, em função da malha rodoviária existente, predispõe outras regiões brasileiras ao risco da dispersão da mosca-da-carambola. Esse cenário se torna ainda mais preocupante quando consideramos as áreas de fruticultura irrigada para exportação, localizadas especialmente no Vale do São Francisco, região Nordeste do Brasil, onde as condições de temperatura e umidade proporcionadas pela prática da irrigação tornam o ambiente favorável ao desenvolvimento praga”, esclarece Costa.
Por isso, no âmbito nacional, CNA, Abrafrutas, Mapa e Embrapa organizam um seminário, previsto para acontecer em setembro, na sede da CNA, para discutir um conjunto de medidas que possam contribuir para o controle e monitoramento da praga no País. Entre eles, a discussão da criação do Fundo Privado de Proteção Sanitária que possibilitaria o aumento de recursos para investimento no controle da praga. O evento reunirá produtores, técnicos do Mapa, pesquisadores da Embrapa, agentes de defesa, gestores públicos, além de representantes da cadeia produtiva da fruticultura como cooperativas e sindicatos rurais.
A Embrapa Amapá é a unidade coordenadora das pesquisas sobre a mosca-da-carambola no Brasil. De acordo com o gestor da Unidade, o pesquisador Nagib Jorge Melém Júnior, a criação de um Fundo Privado de Proteção Sanitária para a Fruticultura Nacional será fundamental e estratégico para avançar nas alternativas de controle e erradicação dessa praga no país. “Essa iniciativa contribuirá sobremaneira para a proteção, manutenção e expansão da fruticultura nacional garantindo a geração de divisas e postos de empregos vinculados a esse setor do agronegócio brasileiro”, destaca o chefe-geral da Unidade.
Produção nacional de frutas
De acordo com a Embrapa, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas com cerca de 44 milhões de toneladas em 2017, das quais 97% são consumidas internamente e 3% são destinadas ao mercado externo. A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica, envolve mais de seis milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indireta no setor.
A dispersão da mosca da carambola pelo Brasil poderia ocasionar prejuízos de grandes proporções. Segundo estudos da Embrapa (disponível aqui), estimativas indicam um prejuízo de US$ 30,7 milhões no primeiro ano e cerca de US$ 92,4 milhões no terceiro ano da infestação.