Resultados de pesquisa aplicáveis a curto e a longo prazo foram apresentados no encontro que reuniu técnicos e produtores em Vacaria
A ocorrência de invernos com menos horas de frio e a chegada de ondas de calor são fatores desafiantes para uma produção de maçãs com qualidade em regiões de clima temperado, como o Sul do Brasil, e até mesmo na tradicional produtora Argentina. Garantir a continuidade da produção, que abastece a mesa do brasileiro e o mercador exterior foi o principal objetivo do Seminário de Atualização Técnica em Indução de Brotação da Macieira – Safra 2019/2020, que aconteceu no mês de agosto, reunindo o setor produtivo em Vacaria (RS).
Já na abertura, em mais uma parceria estabelecida, a Embrapa Uva e Vinho e a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) assinaram contrato de cooperação técnica para viabilizar projeto de pesquisa para avaliação sistemática de novas cultivares que se adaptem às condições brasileiras. “Não podemos ficar parados. A tecnologia é que vai garantir a longevidade da produção de maçãs no sul do Brasil”, afirmou o diretor executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, após a assinatura. (Mais sobre a parceria abaixo).
Além de testar cultivares, as descobertas relacionadas à compreensão dos mecanismos moleculares e genéticos da dormência, realizadas pela equipe da Embrapa, foram abordadas de forma simplificada na primeira palestra do evento. O pesquisador Luís Fernando Revers, com a mediação do também pesquisador Henrique Pessoa dos Santos, ambos da Embrapa Uva e Vinho, explicou os avanços realizados ao longo de doze anos de pesquisas, que contribuíram com a comunidade científica internacional, sobre o complexo mecanismo de dormência das macieiras.
“Entender como a planta funciona e identificar os genes responsáveis por desencadear determinados mecanismos nos dão novos caminhos para os programas de melhoramento genético, seja no desenvolvimento de novas cultivares com menor exigência de frio ou mesmo no controle de doenças como a sarna, por exemplo”, avaliou Revers. O pesquisador apresentou, em linhas gerais, os resultados dos quatro projetos de pesquisa coordenados pela Embrapa Uva e Vinho, que contaram com a participação de pesquisadores da Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Institut national de la recherche agronomique (INRA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), UERGS, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação Agropolis, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e iniciativa privada. No contexto dos efeitos impostos pelas mudanças climáticas, o grupo de pesquisa focou na realização de experimentos visando a caracterização dos mecanismos de controle da dormência nas áreas de genética molecular, melhoramento genético, modelagem e fisiologia vegetal.
Além da utilização futura dos resultados de pesquisa, a aplicação no pomar, já na próxima safra, foi a tônica da palestra sobre o manejo da indução de brotação, que atraiu a atenção dos participantes. O pesquisador Fernando José Hawerroth, com a mediação do pesquisador Gilmar Nachtigall, ambos da Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa, apresentou, com base nos experimentos conduzidos nos últimos cinco anos, as alternativas de manejo de indução da brotação adequadas para garantir a produtividade e a uniformidade da safra.
“É importante o técnico ou o produtor conhecer o pomar e identificar o manejo mais adequado, que pode variar desde a época de aplicação, até o tipo de produto, inclusive decidindo se a área precisa de uma única aplicação ou aplicações sequenciais para ter melhores resultados”, pontuou ele. A avaliação do comportamento do clima deste ano e a comparação com os anos anteriores, bem como as indicações técnicas apresentadas pelo pesquisador, irão auxiliar na avaliação e na tomada de decisão para o manejo mais adequado em cada situação.
O consultor técnico e produtor Leandro Bortoluz comentou que o evento foi bastante proveitoso, pois trouxe subsídios técnicos para o manejo dos pomares. “O que vimos hoje aqui tem aplicabilidade no campo. As informações apresentadas nos trazem mais segurança ao conhecermos mais sobre a aplicação dos indutores de brotação dentro de cada propriedade e, com isso, a possibilidade de escalonar a colheita”.
Para o professor Gilmar Marodin, que leciona no curso de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), formando agrônomos, mestres e doutores que atuam na fruticultura, esse tipo de encontro é fundamental para a atualização profissional. “Vou fazer um apanhado geral do que ouvi aqui e compartilhar com meus alunos. É uma forma de sempre apresentar informações atualizadas e pesquisas de ponta. Uma oportunidade ímpar”, comentou. Ele também destacou a importância da atuação conjunta entre a Embrapa e a Universidade na formação de recursos humanos e em projetos de pós-graduação na pomicultura.
Na avaliação do chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas, o evento serviu como uma vitrine para o setor produtivo, no qual a Embrapa apresentou algumas possibilidades, desde a atualização de manejo que já pode ser aplicado na próxima safra, até a possibilidade de atuações futuras. “Basta o setor direcionar o que devemos priorizar que a Embrapa está à disposição”, pontuou ele.
Segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton, após a avaliação positiva relacionada ao formato do evento, a proposta é manter a parceria com a ABPM e Agapomi, e estabelecer um calendário de Seminários de Atualização Técnica ao longo da safra, permitindo um canal direto entre a pesquisa e o setor produtivo.
O próximo encontro será na tarde do dia 18/09 sobre estratégias para ajuste de carga frutal (manejo da polinização, raleio e uso de fitorreguladores na macieira) em Vacaria (RS).
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Atendendo a uma demanda do Setor da maçã, a Embrapa Uva e Vinho lançou o Boletim Agroclimático dos Campos de Cima da Serra. O Informativo gratuito tem como objetivo repassar aos técnicos, produtores e interessados, além dos dados climáticos, orientações técnicas em períodos decisivos para a cultura da macieira.
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Em busca de novas alternativas
Maior período de colheita, resistência a doenças, precocidade, novos sabores, cores inovadoras, propriedades nutricionais diferenciadas, ideais para o consumo in natura, para elaboração de bebidas ou uso na culinária. Essas são algumas possibilidades de novas cultivares de maçãs que, em alguns anos, os pomicultores brasileiros poderão ter à sua disposição para implantar em seus pomares.
A ideia de diversificar a produção brasileira não é nova, mas não tem sido fácil conseguir reduzir a supremacia das cultivares ‘Gala’ e ‘Fuji’, que, mesmo com a chegada de cultivares como a ‘Cripps Pink’, ainda respondem por 90% da produção nacional. Apesar das vantagens que esse grupo varietal apresentou ao longo dos anos, questões como a colheita em um curto período de tempo, exigem um grande número de colhedores e de infraestrutura, resultando na oferta concentrada de frutas, levando ao aumento nas despesas da propriedade e redução no valor de comercialização da maçã.
Segundo a pesquisadora Andrea De Rossi, que irá coordenar a atividade na Embrapa Uva e Vinho, o principal objetivo do projeto é apresentar e disponibilizar, de forma regular para os pomicultores, novas opções de cultivares que foram testadas e sejam viáveis para a realidade brasileira. Ela destaca que além do lançamento de novas cultivares pelo Programa Brasileiro de Melhoramento Genético da Macieira, coordenado pela Epagri, é necessário a introdução e a avaliação continuada de novos materiais, de modo a acelerar a inserção de outras cultivares e clones.
O projeto será coordenado por um Comitê Gestor, composto por representantes da Embrapa e da ABPM, o qual será responsável desde a etapa de identificação e avaliação de cultivares potenciais para introdução, até a etapa de validação. “As cultivares selecionadas passarão por um período mínimo de cinco anos de avaliação nos campos experimentais da Embrapa. Aquelas bem avaliadas seguirão para as unidades de validação pré-comercial e as que não forem promissoras, serão descartadas”, sintetiza a pesquisadora.
Segundo relata Andrea, os principais resultados esperados com a execução desse projeto serão a indicação de cultivares de macieira adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras, permitindo a ampliação do calendário de colheita, a regulação do mercado de fruta fresca, a racionalização de uso da mão-de-obra e o aumento da rentabilidade dos sistemas de produção em função da indicação de cultivares tolerantes ou resistentes a doenças.
Segundo o diretor executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, está prevista a instalação de unidades de validação em áreas comerciais de produtores indicadas pela Associação, contemplando os principais municípios produtores do Rio Grande do Sul (Vacaria, Caxias do Sul e Bom Jesus) e de Santa Catarina (Fraiburgo e São Joaquim). As cultivares com melhores resultados irão passar para uma nova fase na qual serão estabelecidas estratégias comerciais e avaliadas respostas junto aos consumidores. “Com o sistema de avaliação de cultivares cíclico e contínuo, gerido de forma integrada pelos produtores e a pesquisa, a ideia é que as novas cultivares se tornem o elemento chave para a inovação e sustentabilidade da pomicultura brasileira”, avalia Albuquerque.
Projetos coordenados pela Embrapa Uva Vinho e seus principais resultados:
Coordenação: Embrapa Uva e Vinho. Instituições parceiras: Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Embrapa Trigo, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Informática Agropecuária, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Fundação Agropolis, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), LABEX-Europa, MUSE (Montpellier Université d’Excellence) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Os recursos do projeto são oriundos da Embrapa, Epagri, Finep, Capes, CNPq e Fapergs.
Resultados de pesquisa aplicáveis a curto e a longo prazo foram apresentados no encontro que reuniu técnicos e produtores em Vacaria
A ocorrência de invernos com menos horas de frio e a chegada de ondas de calor são fatores desafiantes para uma produção de maçãs com qualidade em regiões de clima temperado, como o Sul do Brasil, e até mesmo na tradicional produtora Argentina. Garantir a continuidade da produção, que abastece a mesa do brasileiro e o mercador exterior foi o principal objetivo do Seminário de Atualização Técnica em Indução de Brotação da Macieira – Safra 2019/2020, que aconteceu no mês de agosto, reunindo o setor produtivo em Vacaria (RS).
Já na abertura, em mais uma parceria estabelecida, a Embrapa Uva e Vinho e a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) assinaram contrato de cooperação técnica para viabilizar projeto de pesquisa para avaliação sistemática de novas cultivares que se adaptem às condições brasileiras. “Não podemos ficar parados. A tecnologia é que vai garantir a longevidade da produção de maçãs no sul do Brasil”, afirmou o diretor executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, após a assinatura. (Mais sobre a parceria abaixo).
Além de testar cultivares, as descobertas relacionadas à compreensão dos mecanismos moleculares e genéticos da dormência, realizadas pela equipe da Embrapa, foram abordadas de forma simplificada na primeira palestra do evento. O pesquisador Luís Fernando Revers, com a mediação do também pesquisador Henrique Pessoa dos Santos, ambos da Embrapa Uva e Vinho, explicou os avanços realizados ao longo de doze anos de pesquisas, que contribuíram com a comunidade científica internacional, sobre o complexo mecanismo de dormência das macieiras.
“Entender como a planta funciona e identificar os genes responsáveis por desencadear determinados mecanismos nos dão novos caminhos para os programas de melhoramento genético, seja no desenvolvimento de novas cultivares com menor exigência de frio ou mesmo no controle de doenças como a sarna, por exemplo”, avaliou Revers. O pesquisador apresentou, em linhas gerais, os resultados dos quatro projetos de pesquisa coordenados pela Embrapa Uva e Vinho, que contaram com a participação de pesquisadores da Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Institut national de la recherche agronomique (INRA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), UERGS, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação Agropolis, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e iniciativa privada. No contexto dos efeitos impostos pelas mudanças climáticas, o grupo de pesquisa focou na realização de experimentos visando a caracterização dos mecanismos de controle da dormência nas áreas de genética molecular, melhoramento genético, modelagem e fisiologia vegetal.
Além da utilização futura dos resultados de pesquisa, a aplicação no pomar, já na próxima safra, foi a tônica da palestra sobre o manejo da indução de brotação, que atraiu a atenção dos participantes. O pesquisador Fernando José Hawerroth, com a mediação do pesquisador Gilmar Nachtigall, ambos da Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa, apresentou, com base nos experimentos conduzidos nos últimos cinco anos, as alternativas de manejo de indução da brotação adequadas para garantir a produtividade e a uniformidade da safra.
“É importante o técnico ou o produtor conhecer o pomar e identificar o manejo mais adequado, que pode variar desde a época de aplicação, até o tipo de produto, inclusive decidindo se a área precisa de uma única aplicação ou aplicações sequenciais para ter melhores resultados”, pontuou ele. A avaliação do comportamento do clima deste ano e a comparação com os anos anteriores, bem como as indicações técnicas apresentadas pelo pesquisador, irão auxiliar na avaliação e na tomada de decisão para o manejo mais adequado em cada situação.
O consultor técnico e produtor Leandro Bortoluz comentou que o evento foi bastante proveitoso, pois trouxe subsídios técnicos para o manejo dos pomares. “O que vimos hoje aqui tem aplicabilidade no campo. As informações apresentadas nos trazem mais segurança ao conhecermos mais sobre a aplicação dos indutores de brotação dentro de cada propriedade e, com isso, a possibilidade de escalonar a colheita”.
Para o professor Gilmar Marodin, que leciona no curso de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), formando agrônomos, mestres e doutores que atuam na fruticultura, esse tipo de encontro é fundamental para a atualização profissional. “Vou fazer um apanhado geral do que ouvi aqui e compartilhar com meus alunos. É uma forma de sempre apresentar informações atualizadas e pesquisas de ponta. Uma oportunidade ímpar”, comentou. Ele também destacou a importância da atuação conjunta entre a Embrapa e a Universidade na formação de recursos humanos e em projetos de pós-graduação na pomicultura.
Na avaliação do chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas, o evento serviu como uma vitrine para o setor produtivo, no qual a Embrapa apresentou algumas possibilidades, desde a atualização de manejo que já pode ser aplicado na próxima safra, até a possibilidade de atuações futuras. “Basta o setor direcionar o que devemos priorizar que a Embrapa está à disposição”, pontuou ele.
Segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton, após a avaliação positiva relacionada ao formato do evento, a proposta é manter a parceria com a ABPM e Agapomi, e estabelecer um calendário de Seminários de Atualização Técnica ao longo da safra, permitindo um canal direto entre a pesquisa e o setor produtivo.
O próximo encontro será na tarde do dia 18/09 sobre estratégias para ajuste de carga frutal (manejo da polinização, raleio e uso de fitorreguladores na macieira) em Vacaria (RS).
Você conhece o Boletim Agroclimático Campos de Cima da Serra?
Atendendo a uma demanda do Setor da maçã, a Embrapa Uva e Vinho lançou o Boletim Agroclimático dos Campos de Cima da Serra. O Informativo gratuito tem como objetivo repassar aos técnicos, produtores e interessados, além dos dados climáticos, orientações técnicas em períodos decisivos para a cultura da macieira.
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Em busca de novas alternativas
Maior período de colheita, resistência a doenças, precocidade, novos sabores, cores inovadoras, propriedades nutricionais diferenciadas, ideais para o consumo in natura, para elaboração de bebidas ou uso na culinária. Essas são algumas possibilidades de novas cultivares de maçãs que, em alguns anos, os pomicultores brasileiros poderão ter à sua disposição para implantar em seus pomares.
A ideia de diversificar a produção brasileira não é nova, mas não tem sido fácil conseguir reduzir a supremacia das cultivares ‘Gala’ e ‘Fuji’, que, mesmo com a chegada de cultivares como a ‘Cripps Pink’, ainda respondem por 90% da produção nacional. Apesar das vantagens que esse grupo varietal apresentou ao longo dos anos, questões como a colheita em um curto período de tempo, exigem um grande número de colhedores e de infraestrutura, resultando na oferta concentrada de frutas, levando ao aumento nas despesas da propriedade e redução no valor de comercialização da maçã.
Segundo a pesquisadora Andrea De Rossi, que irá coordenar a atividade na Embrapa Uva e Vinho, o principal objetivo do projeto é apresentar e disponibilizar, de forma regular para os pomicultores, novas opções de cultivares que foram testadas e sejam viáveis para a realidade brasileira. Ela destaca que além do lançamento de novas cultivares pelo Programa Brasileiro de Melhoramento Genético da Macieira, coordenado pela Epagri, é necessário a introdução e a avaliação continuada de novos materiais, de modo a acelerar a inserção de outras cultivares e clones.
O projeto será coordenado por um Comitê Gestor, composto por representantes da Embrapa e da ABPM, o qual será responsável desde a etapa de identificação e avaliação de cultivares potenciais para introdução, até a etapa de validação. “As cultivares selecionadas passarão por um período mínimo de cinco anos de avaliação nos campos experimentais da Embrapa. Aquelas bem avaliadas seguirão para as unidades de validação pré-comercial e as que não forem promissoras, serão descartadas”, sintetiza a pesquisadora.
Segundo relata Andrea, os principais resultados esperados com a execução desse projeto serão a indicação de cultivares de macieira adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras, permitindo a ampliação do calendário de colheita, a regulação do mercado de fruta fresca, a racionalização de uso da mão-de-obra e o aumento da rentabilidade dos sistemas de produção em função da indicação de cultivares tolerantes ou resistentes a doenças.
Segundo o diretor executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, está prevista a instalação de unidades de validação em áreas comerciais de produtores indicadas pela Associação, contemplando os principais municípios produtores do Rio Grande do Sul (Vacaria, Caxias do Sul e Bom Jesus) e de Santa Catarina (Fraiburgo e São Joaquim). As cultivares com melhores resultados irão passar para uma nova fase na qual serão estabelecidas estratégias comerciais e avaliadas respostas junto aos consumidores. “Com o sistema de avaliação de cultivares cíclico e contínuo, gerido de forma integrada pelos produtores e a pesquisa, a ideia é que as novas cultivares se tornem o elemento chave para a inovação e sustentabilidade da pomicultura brasileira”, avalia Albuquerque.
Projetos coordenados pela Embrapa Uva Vinho e seus principais resultados:
Coordenação: Embrapa Uva e Vinho. Instituições parceiras: Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Embrapa Trigo, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Informática Agropecuária, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Fundação Agropolis, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), LABEX-Europa, MUSE (Montpellier Université d’Excellence) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Os recursos do projeto são oriundos da Embrapa, Epagri, Finep, Capes, CNPq e Fapergs.