O Governo de Mato Grosso do Sul decretou, nesta quarta-feira (11), estado de emergência devido ao expressivo avanço do número de focos de queimadas no mês de setembro
Diante do anúncio, feito durante coletiva de imprensa na sede da TVE, em Campo Grande, o presidente da Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Mauricio Saito, destacou a importância da conscientização da sociedade para a prevenção e o combate às chamas.
“O prognóstico do clima no estado, sem previsão de chuvas até novembro, é extremamente preocupante. Nesse momento, é fundamental intensificar o trabalho de comunicação para conscientizar a população sobre os cuidados necessários para prevenir focos de incêndio, nas zonas rural e urbana”, ressaltou Saito. O evento aconteceu na recém-inaugurada Sala de Situação Integrada, coordenada pela Defesa Civil do estado e que concentra as informações do campo, levantamentos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e previsões climáticas para tomada de decisões.
“Vale destacar a importância do monitoramento feito nesta sala e a rápida ação do poder público, com seus diversos agentes, no combate aos focos de incêndio. Já o papel da iniciativa privada é o de informar a população, como o Sistema Famasul faz junto aos sindicatos rurais em todo o estado”, disse. Jaime Verruck, à frente da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), explicou que a expansão dos focos e suas consequências na saúde, meio ambiente, produção agrícola e nas rodovias, por causa da fumaça, motivaram o decreto.
“Estamos tomando todas as medidas, numa força conjunta para mitigar a situação. Iremos solicitar suporte do Governo Federal e do Exército Brasileiro, para utilizar aeronaves em áreas mais extensas e de difícil acesso atingidas pelos focos”, anunciou Verruck. Além da Semagro e Sistema Famasul, a força-tarefa reúne representantes de entidades como Corpo de Bombeiros, Prevfogo/Ibama, Cemtec, Defesa Civil Estadual e PMA.
Propagação
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que, nesta terça (10), Mato Grosso do Sul bateu recorde de queimadas em 2019. Foram identificados 678 pontos, praticamente o dobro do registrado um dia antes, na segunda (09): 397 focos. “Neste momento, a maior preocupação é com o impacto social ocasionado no estado devido às queimadas, no que tange a saúde humana, principalmente, depois focamos nos impactos ao meio ambiente e, por fim, na questão econômica”, reforça.
Para Saito, o efeito imediato desse cenário está menos vinculado ao fogo e mais à falta de chuva. “O período de colheita do milho já foi finalizado mas, com a baixa umidade, teremos demora para implantação da safra de soja, já que o vazio sanitário termina no próximo domingo, dia 15. Esse atraso pode afetar também a nossa safrinha de 2020, para um pouco mais ‘fora’ do período adequado de implantação”, conclui.
O presidente da Famasul explicou que a rápida propagação do fogo em municípios como Miranda, Aquidauana e Corumbá se deve às características do bioma Pantanal. “São áreas consideradas de espontânea e alta combustão, que facilita o avanço das chamas”, detalhou. O documento que decreta estado de emergência será publicado no Diário Oficial desta quinta (12).
Por: Famasul