O vice-presidente Hamilton Mourão vai no dia 7 de setembro para Londres. A pedido do presidente Jair Bolsonaro, ele intermediará os entendimentos comerciais entre o Brasil e o Reino Unido, com o novo governo. Para Mourão, a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia, o Brexit, pode oferecer excelentes oportunidades para o comércio exterior brasileiro.
“Todos aqueles que estão afinados e com essa visão de mundo têm que começar a pensar como lidar com esse novo governo. Já fui encarregado pelo presidente Bolsonaro. No dia 7 de setembro estou indo a Londres para já estabelecer os primeiros contatos com o novo governo inglês e iniciarmos esse trabalho de aproximação extremamente importante”, disse em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson foi eleito como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador e, por consequência, assumiu a chefia do governo do país.
Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou sem acordo.
May renunciou em 7 de junho deste ano, depois que o Parlamento britânico rejeitou repetidamente o acordo de retirada da UE que ela acertou com o bloco europeu. Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit – algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto a retirar os britânicos da UE “aconteça o que acontecer”.
Nesta quarta-feira (28), o governo do primeiro-ministro britânico obteve autorização da rainha Elizabeth II para suspender as atividades do Parlamento do Reino Unido por cinco semanas. A manobra é vista como uma tentativa de bloquear esforços de deputados que não desejam a saída do país da União Europeia (UE), o Brexit, sem um acordo com Bruxelas.
Dessa forma, o Parlamento britânico não vai se reunir entre 10 de setembro e 14 de outubro. Os trabalhos só serão retomados com a abertura da nova legislatura, que ocorre após uma cerimônia chamada “o discurso da rainha”. Foi esse discurso que Johnson pediu para que a rainha adiasse.
O vice-presidente ressaltou que é preciso manter as relações comerciais com a Argentina, independentemente de quem esteja no governo. Mourão disse que gostaria que o presidente Mauricio Macri permanecesse no cargo, embora o cenário político argentino tenha indícios fortes de uma vitória do advogado Alberto Fernandez, apoiado pela ex-presidente Cristina Kirchner, nas eleições de 27 de outubro. Mourão lembrou que a Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil.
“Grande parte dos nossos produtos manufaturados são vendidos para a Argentina, então, temos que manter essa ligação, não só por isso, mas também pelas ligações históricas que temos. Gosto de lembrar dos grandes pensadores das relações internacionais. O Lord Palmerston (politico britânico do século XIX) dizia que não tem amizades eternas, nem inimigos perpétuos. Existem os nossos interesses. Então, temos que buscar os nossos interesses e os nossos interesses estão dentro da Argentina também, e temos que nos relacionar com eles”, disse.