Nas últimas 15 semanas – entre 18 de junho e 30 de setembro (espaço de tempo suficiente para criação de dois lotes de frango e, de entremeio, para um intervalo de desinfecção/descanso do aviário) – o frango abatido comercializado no grande atacado da cidade de São Paulo sofreu variações de preço que, considerados mínimos e máximos, superaram os 20%
Enquanto isso o frango vivo comercializado no interior paulista não esteve nem aí: permaneceu com a cotação congelada, sem qualquer alteração, em R$3,30/kg.
Embora não seja inédita, tal estabilidade apenas reforça a tese de que, atualmente, as empresas operantes no abate de frangos ou dispõem da matéria-prima (frangos vivos de criação própria e/ou via integrados) ou mantêm contratos de fornecimento (a preços pré-definidos) com produtores independentes. Assim, apesar dos abates variarem conforme a demanda do mês (maior volume na primeira quinzena), as mutações de mercado da ave abatida não se refletem diretamente no mercado de aves vivas.
Há exceções, claro. Pois, embora pouco representativo, persiste um mercado “spot” formado por produtores independentes. Mas o maior volume ofertado nesse mercado provém das próprias integrações. E, neste caso, os preços são negociados, sofrendo desconto em relação ao preço de referência conforme as conveniências e necessidades das duas partes.
Em função do exposto, o frango vivo já não é mais um balizador de mercado – que sobe e desce no decorrer do mês conforme as condições e disponibilidades do consumidor final. O que não significa que o preço médio da ave viva esteja dissociado das médias registradas pelo frango abatido. Assim, nos nove primeiros meses de 2019 sua cotação média correspondeu a, aproximadamente, 80% do preço alcançado pela ave abatida, mesmo índice observado em 2018 (neste caso, descontando-se as variações extremas registradas em decorrência da greve dos caminhoneiros).
Frente ao quadro ora estabelecido, é bem provável que a imobilidade de preço atual se estenda por todo o mês de outubro, algo não previsto, por exemplo, para o frango vivo comercializado em Minas Gerais. Pois em setembro o produto mineiro apresentou comportamento atípico, perdendo preço na primeira metade do mês (queda de mais de 10% entre 9 e 12 de setembro) e recuperando parte dele (+5%) entre os dias 23 e 26.Essas altas tendem a prosseguir agora em outubro, pois o mercado mineiro é firme.
Fonte: Avisite