Cotado a R$3,30/kg, valor que que também corresponde à média do mês, o frango vivo comercializado no interior paulista fechou o décimo mês de 2019 com uma valorização próxima de 6,5% sobre outubro de 2018, mês em que a média registrada ficou em R$3,10/kg
Nada mal considerando-se que a inflação acumulada nos últimos 12 meses permanece abaixo dos 3%. O problema é que neste 31 de outubro o frango vivo completou 136 dias (cerca de 4,5 meses) sem sofrer qualquer alteração na cotação – como se não fosse mais uma “commoditie”. E essa situação corresponde, nos últimos tempos, ao segundo mais longo período de estabilidade de preços do setor (o recorde que prevalece até aqui ocorreu entre março e setembro de 2017, meses em que a cotação do frango vivo paulista permaneceu congelada por 183 dias – metade de um ano – emR$2,50/kg).
A realidade é que, outrora balizador de preços do frango abatido, nestes quatro meses e meio o frango vivo mostrou-se imune às variações da ave abatida. Ou seja: nesse período, enquanto as vendas do frango abatido chegaram a apresentar diferença de preço de mais de 17% entre valores máximos e mínimos, a ave viva seguiu impassível nos R$3,30/kg, registrando variação de preço “zero”.
Isso, naturalmente, sugere descolamento entre os dois produtos – vivo e abatido. Mas a conclusão é equivocada, pois vem prevalecendo, com diferenças mínimas, as mesmas relações de preços observadas em anos anteriores.
Assim, analisados os preços dos dois produtos no decorrer do segundo semestre de 2019, constata-se que, a despeito das grandes variações de preços observadas mensalmente, o frango abatido foi comercializado, em média, por um valor 26,32% superior à cotação “congelada” do frango vivo, enquanto no mesmo período de 2018 esse adicional foi de 22,30% (bases: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo).
Ou seja: Embora neste ano venha sendo desfavorável ao frango vivo, a relação permanece – a diferença é de apenas quatro pontos percentuais em comparação a 2018. Mas ainda é melhor que as registradas nos mesmos períodos de 2016 e 2017, anos em que o frango abatido alcançou, em média, valor 33% e 30% superior ao do frango vivo.
A mencionar, por fim, que a despeito da longa estabilidade o preço médio do frango vivo no corrente exercício alcança o segundo melhor resultado destes últimos 10 anos. Ou seja: em valores reais, descontada a inflação, só é inferior à média anual registrada em 2013.
Fonte: Avisite