O frango vivo negociado no interior paulista iniciou novo ano sem apresentar maiores alterações em relação ao cenário enfrentado nos dois últimos meses de 2018.
Ou seja: continuou operando com uma cotação de referência – neste caso, R$2,90/kg, valor que se mantém desde 13 de dezembro passado – mas ainda sujeito a descontos que variam não só conforme as necessidades de vendedor e comprador, mas também em função do peso da ave disponibilizada – normalmente acima dos padrões habituais, devido ao atraso nas saídas dos lotes em criação.
Em outras palavras, engordada por produto proveniente de integrações que não conseguem ou não podem abater toda produção própria, a oferta de aves vivas no mercado independente continua superando a demanda. O que, ressalte-se, não representa fato inédito para esta época do ano, período em que o já exaurido consumidor se vê às voltas com as dívidas de Natal, de um lado, e com novos compromissos financeiros (IPVA, IPTU, matrícula e material escolar) do outro.
Sob tal panorama, seria natural a ampliação dos descontos incidentes sobre a cotação de referência. Porém, muito ao contrário, eles vêm se reduzindo: chegaram a 50 centavos em dezembro, estão em 20 centavos no momento – uma indicação de que a oferta caminha para a adequação.
Mesmo assim é melhor não contar com uma reação dos preços. Primeiro, porque o consumo do período é baixo; segundo, porque o salário do mês já está todo empenhado. Dessa forma, é provável que o setor tenha que se contentar com os atuais níveis de negociação – de R$2,70/kg a R$2,90/kg – o que, na média (R$2,80/kg) significa valorização de cerca de 9% sobre o preço médio de janeiro de 2018.
Esses “cerca de 9%” de valorização representam, à primeira vista, um “senhor ganho”, visto que a inflação do ano foi bem menor. Vale lembrar, no entanto, que a saca do principal insumo do frango, o milho, está quase 15% mais cara que há um ano. Portanto, o prejuízo, neste ano, é maior.
Fonte: Avisite