Surtos de peste suína africana na China e no Leste Europeu e a disputa comercial entre Estados Unidos e China trazem incertezas para o comércio internacional de carne suína e devem provocar grandes mudanças no setor, diz o Rabobank em relatório trimestral
O aumento da produção e a reposição de animais na China devem ser significativamente mais lentos por causa de preocupações com medidas de biossegurança, diz o banco, acrescentando que surtos da doença em instalações grandes e modernas do país surpreenderam o mercado.
Para o Rabobank, embora a oferta de carne suína na China deva ser suficiente no primeiro trimestre, as importações devem aumentar substancialmente no restante do ano por causa de escassez no mercado doméstico. Para os Estados Unidos, o Rabobank prevê um aumento de produção de 4% em 2019. Esse crescimento deve ser impulsionado por um grande plantel de matrizes e pela expectativa de maior demanda chinesa.
As exportações norte-americanas de carne suína diminuíram em alguns mercados, mas cresceram marginalmente de modo geral graças a embarques para o Japão e para a Coreia do Sul. O banco espera um aumento das exportações dos EUA em 2019, apesar das incertezas em torno da disputa comercial com a China.
Na União Europeia, a previsão de aumento da demanda chinesa deve estimular a expansão da produção, diz o Rabobank. O banco observa, no entanto, que surtos de peste suína africana na Bélgica e no Leste Europeu são motivo de preocupação.
Quanto ao Brasil, o banco acredita que após as dificuldades enfrentadas no ano passado, a indústria de carne suína tem pela frente um cenário mais promissor em 2019, com a China impulsionando o crescimento das exportações. Segundo o Rabobank, a reabertura do mercado russo também deve contribuir para o aumento dos embarques.
Além disso, o banco diz que a demanda doméstica tem potencial para crescer ainda mais por causa de um ambiente econômico mais positivo.
Fonte: Acrissul