Pelo segundo mês consecutivo, as exportações de carne suína tiveram forte retração em fevereiro, chegando ao menor volume desde janeiro/21
Esse resultado reforça o cenário de baixa liquidez dos animais e da carne no mercado doméstico brasileiro observado ao longo do último mês.
Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, em fevereiro, foram embarcadas 69,9 mil toneladas de carne suína, considerando-se produtos in natura e processados, volume 5% abaixo do escoado em janeiro/22 e 12,8% inferior ao de fevereiro/21.
A receita obtida com as exportações foi ainda mais afetada, tendo em vista que, além da quantidade, o preço médio do produto exportado e o câmbio também recuaram em fevereiro. De acordo com a Secex, a carne suína brasileira foi exportada à média de R$ 10,79/kg, a menor em 24 meses, sendo 9,9% abaixo da de janeiro/22 e 13,6% inferior à de fevereiro/21.
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Dessa forma, R$ 754,1 milhões foram gerados com os embarques de fevereiro, quedas de 14,4% frente ao montante de janeiro/22 e de 24,6% em relação ao de fevereiro/21. A diminuição nos embarques brasileiros esteve atrelada à retração das aquisições de dois grandes parceiros do setor suinícola nacional, a China e o Chile. O primeiro diminuiu as compras em 31,3% de janeiro para fevereiro, sendo destino de 21,6 mil toneladas no último mês.
Ao Chile, a queda mensal no volume escoado pelo Brasil foi de 35,9%, somando 2,7 mil toneladas em fevereiro. Outro fator que tem deixado o setor suinícola nacional bastante apreensivo é o conflito
envolvendo a Rússia e a Ucrânia. Quanto às exportações brasileiras de carne suína à Rússia, o conflito não deve trazer grandes impactos. Isso porque, atualmente, os envios nacionais ao país russo representam apenas 5,9% dos embarques totais. Ressalta-se, contudo, que o país já teve um papel de destaque no setor suinícola nacional.
Por 16 anos, a Rússia foi o principal destino da carne suína brasileira, chegando a ser responsável por 77% das vendas nacionais em 2002, e se mantendo na liderança até 2017. Desde 2018, porém, com a proibição da entrada do produto brasileiro no país por conta de barreiras não tarifárias, os embarques à Rússia não representam mais grande parte das exportações brasileiras, mesmo após revogadas as proibições.
Por Cepea
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