Os exportadores brasileiros pedem que as 8.000 toneladas que estão em alto mar, a caminho da Arábia Saudita, sejam aceitas pelos árabes.
O setor de avicultura do Brasil espera para os próximos dias alguma manifestação da Arábia Saudita sobre um pedido brasileiro para uma reavaliação das negociações entre os dois países.
Os exportadores brasileiros pedem que as 8.000 toneladas que estão em alto mar, a caminho da Arábia Saudita, sejam aceitas pelos árabes.
O Brasil quer, ainda, uma reinscrição dos frigoríficos suspensos na lista dos exportadores e que os contratos feitos anteriormente à suspensão árabe, ocorrida em janeiro, possam ser cumpridos.
Francisco Turra, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) acredita que essas negociações tenham boas chances de serem levadas adiante.
Até o momento não há uma decisão oficial dos árabes, mas o executivo brasileiro vê uma boa vontade da Arábia Saudita. “São 45 anos de história entre os dois países.”
Para o presidente da ABPA, os árabes devem fazer, dentro dos próximos 90 dias, uma nova visita de avaliação das condições dos frigoríficos brasileiros.
O mercado da Arábia Saudita é muito importante para o Brasil. Maior importador de carne de frango brasileiro, o país árabe está desenvolvendo, porém, uma produção própria e quer menor dependência do Brasil.
Essa seria, segundo o mercado, uma das causas da suspensão de parte das importações ocorrida no mês passado. As condições brasileiras de produção, contudo, garantem aos produtores nacionais condições mais competitivas.
No ano passado, a Arábia Saudita foi responsável pela compra de pelo menos 12% da carne de frango exportada pelo Brasil.
As exportações brasileiras de proteínas vêm crescendo neste ano, e Turra tem esperanças de avanços ainda maiores.
A China, devido ao recente agravamento de problemas sanitários internos, vai necessitar de mais carnes suína e de aves. Há espaço, portanto, para maiores exportações brasileiras para esse mercado asiático.
Sobre a concorrência dos Estados Unidos, que poderia vir da colocação de um ponto final na guerra comercial entre chineses e americanos, Turra diz que “há espaço para os dois no mercado chinês”.
Ele destaca, porém, que as condições sanitárias brasileiras são bem diferentes das dos EUA, país que teve uma série de problemas recentemente.
Fonte: Folha de São Paulo