Em algumas propriedades, o feijão ainda não foi plantado. Já outros produtores correm o risco de perder a safra já plantada
Com frequentes chuvas nas regiões de lavouras em Sapezal, a 473 km de Cuiabá, o plantio de feijão da segunda safra tem sido prejudicado, segundo os produtores rurais. Em algumas propriedades, o feijão ainda não foi plantado.
O gerente de uma fazenda no município, Daniel Henrique de Oliveira, conta que a expectativa é que a área do plantio de feijão seja de 2,5 mil hectares na propriedade. No entanto, com o excesso de chuvas e o ciclo rápido dos grãos, os produtores correm o risco de perder a produção.
“O produtor é muito dinâmico, o que vai acontecer é que, se choveu três ou quatro dias seguido, vamos ter que sacrificar em algum ponto e terminar trabalhando 24h para terminar o plantio na época certa. Essa é a estratégia, terminar enquanto dá”, disse.
Segundo Daniel, a safra dele está atrasada há alguns dias e os produtores não conseguem trabalhar com as máquinas devido ao solo úmido.
“Estamos à mercê do tempo com as máquinas aguardando a hora certa para tentar terminar a plantação do feijão azuki, o grão-de-bico e finalizar com verde mungo. Pretendo terminar até o dia 5, no máximo dia 6 deste mês, pois foi essa a programação para terminar a cultura”, contou.
Já em outra fazenda, também em Sapezal, o feijão cultivado é o carioca. O plantio já está garantido, pois foi feito no começo de fevereiro, mas as fortes chuvas ainda preocupam e podem comprometer as lavouras.
O administrador da fazenda, Antonio Nunes Viana, disse que algumas lavouras estão alagadas e que o manejo do feijão deve ser mudado. Segundo Antonio, o clima está trazendo pragas com mais frequência às lavouras e pode provocar doenças.
“Teve umas chuvas de 200 milímetros e não é isso que o feijão quer, mas estamos investindo e fazendo de tudo para ter uma boa colheira e uma boa safra, pois o momento é muito bom para o feijão”, ressaltou.
Com 700 hectares plantados, Antonio disse que espera produzir uma média de 40 sacas de 60 kg de feijão por hectare.
A expectativa, segundo ele, também é grande pela venda do produto, já que os estoques de feijão estão em baixa e o grão segue valorizado no país.
“Nos últimos anos nós investimos para colher a média de 40 sacas. Esperamos comercializar a saca do feijão por pelo menos R$ 160, porque o feijão fica inviável se vender por menos de R$ 120 reais, que é o custo da saca para produzir o produto”, explicou.
Fonte: G1