Negociado por R$3,40/kg, o frango vivo disponibilizado no interior paulista completou os últimos nove dias de negócios do mês de março com a maior cotação nominal da história do setor
Não chega a ser um grande feito, porquanto em dezembro de 2012 – portanto, há mais de seis anos – foi comercializado na maior parte do mês por R$3,00/kg. E tal valor, considerada a inflação acumulada desde então, corresponde hoje a um preço real superior a R$4,00/kg.
Mesmo assim o desempenho do frango vivo em março de 2019 merece ser comemorado. Primeiro, porque o preço médio do produto no mês foi superior ao de fevereiro passado (o que, diga-se de passagem, é fato raro na história do setor; tanto que, no último quarto de século, a média do mês de março foi 4% inferior à de fevereiro).
Segundo, porque houve recuperação plena em relação às perdas enfrentadas um ano atrás, em março de 2018, ocasião em que o preço do produto retrocedeu, nominalmente, aos menores valores da década.
Terceiro – e mais surpreendente – porque essa recuperação ocorre em plena Quaresma, período em que, normalmente, os preços do frango (assim como os do boi e do suíno) sofrem forte retrocesso. Ou seja: independentemente dos níveis de oferta (das três carnes), está claro que o mercado consumidor dá, enfim, sinais de revitalização.
Aos fatos: em março, o frango vivo obteve 8 (oito!) reajustes de cinco centavos cada. Assim, após iniciar o mês cotado a R$3,00/kg, 21 dias depois já acumulava aumento superior a 13%, chegando ao valor, recorde, de R$3,40/kg.
O valor médio alcançado no mês foi de R$3,23/kg, quase 10% a mais que o registrado no mês anterior e 37% superior ao de março de 2018. Também em termos mensais correspondeu a um novo recorde do setor, mas não chega a representar resultado excepcional, pois se encontra apenas 1,25% acima dos valores registrados em setembro e outubro do ano passado.
E uma vez que, um ano atrás, os preços dos primeiros meses do ano estiveram no fundo do poço, é igualmente significativa a recuperação observada no primeiro trimestre de 2019. Pois o preço médio do período – R$2,98/kg – representa valorização de 21% sobre idêntico trimestre de 2018. Mas se encontra apenas 9% acima do que foi alcançado no primeiro trimestre de 2016, o que significa que evoluiu aquém da inflação acumulada nos últimos três anos, superior a 12%.
De toda forma, constata-se – fato mais auspicioso – que o valor médio de apenas um trimestre já supera (gráfico abaixo, à direita) a média registrada nos 12 meses de 2018.
Fonte: Avisite