Apoiado no tripé genética, manejo e bem-estar, Paraná já registrou mais de 430 animais (vacas vitalícias) que atingiram esse raro patamar de produção de leite ao longo da vida.
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À primeira vista, já está a impressão de que estão diante de animais extraordinários. Apartadas do rebanho, como quatro vacas da raça holandesa do criador Albertus Frederico Wolters impressionam pelo porte e conformação. Mas são os dados oficiais do controle do leite que se realizam, de fato, são tratados de recordistas: cada um deles já pode ultrapassar a marca de 100 mil litros (ou quilos) de leite ao longo da vida. O raro patamar de produção é o resultado acabado de altas horas de trabalho, os principais fatores associados: melhoramento genético, manejo e bem-estar.
No Brasil, os animais que batem os 100 mil litros de leite vendidos passam a pertencer a uma elite que tem até nome: Vacas Vitalícias.
E é no Paraná que essa categoria está maciçamente concentrada. Entre 2008 e 2018, a Associação Paranaense de Criadores de Raça Holandesa (APCBRH) certificou 431 fêmeas que chegaram a um nível produtivo. Em comparação nacional, os dados mais recentes apontam para 126 as vacinas em relação ao longo prazo de 2017 no país, das quais 122 eram do Paraná, três de São Paulo e uma de Minas Gerais.
Um dos primeiros pecuaristas do país a produtora da casa dos 100 mil litros, além do registro em número de Vacinas Vitalícias: já foram 79 na categoria, certificadas na fazenda dele, em Castro, nos Campos Gerais. Em sua propriedade, o pecuarista mantém mais de mil animais em lactação, além de outros mil cabeças, entre bezerros e gados jovens. Todo rebanho assentado em genética de ponta.
E não é de agora. O que aconteceu com o Brasil em 1952, trouxe as dez vacas com as bases do início do rebanho leiteiro, uma linhagem ponderada determinante. Hoje, olhando nos registros, veja se os sobrenomes das vacinas são vitais e se repetem, um ponto de se tornar quase uma marca. Nomes como Maaike e Stomartic, Ilka, Froukje e Sjoukje são recorrentes. No início de um ano, por exemplo, um vaca AFW Marconi Sjouke 1014 (repare no sobrenome) deixou o rebanho, tendo produzido dinheiro 163 mil litros ao longo da vida.
“As Vacas Vitalícias são uma somatória de fatores e uma genética muito peso. Como linhagens de mãe e de touros são muito importantes. A Sjouke, mesmo, é um pai holandês, de uma das vacas que veio da Holanda, quando meu pai começou ”, diz Wolters.
Esse melhoramento genético não é feito para a noite, mas, sim, é resultado de décadas de trabalho, de geração para geração. Em regra, os criativos apostam em seleção gênica, a partir de touros e fêmeas provadas para produzir leite e longevidade. Ou seja, esses animais carregam consigo o DNA da elite. “Tem que ter genética. Não adianta-se em um charolês, que não vai dar nada”, brinca outro criador, Jan Ubel van der Vinne, de Carambeí, também nos Campos Gerais.
A prova está do que o Paraná e o segundo estado que mais realiza a inseminação artificial na leite, com quase 13% dos procedimentos realizados em todo o país, tendo os dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O médico veterinário do Sistema FAEP / SENAR-PR Alexandre Lobo Blanco destaca a importância dos estudos sobre a característica de produção e longevidade no rebanho e o peso determinante do fator genético para a atividade.
“As características de produção e a longevidade foram escolhidas pelo grupo de pesquisadores da APCBRH” para ser valorizadas e elevadas, com registro em pedigrees”, diz. “[As Vacas Vitalícias] são animais que tendem a produzir a raça e a agregam valor ao criador como genético, principalmente, a partir das filhas que vão gerar”, destaca.
Bem estar
Mas a seleção genética, por si só, não é garantia de eficiência produtiva. Por isso, é preciso apostar em outros cuidados dentro da porteira, principalmente no que se refere ao bem-estar animal. Em linhas gerais, as vacas precisam de conforto, sombra e água fresca, para produzir em larga escala. Sem confinamento, elementos como controle de temperatura dos galpões – feito a partir de grandes sistemas de ventilação – são obrigatórios. Além disso, deviaer fácil acesso a água e comida, para que os animais permanecessem em condições ideais.
This aspect, the criador Hans Jan Groenwold, também de Castro, destaca a importância das camas de areia, onde os animais permanecem bem parte do dia. O pecuarista – que já teve 59 Vacas Vitalícias certificadas – conta com o texto que possui são feitas sob medida em sua fazenda, de acordo com o porte e as necessidades dos animais. Hoje, três Vacas Vivências estão em atividade não plantel, juntas, já produziram mais de 330 mil litros de leite. Os cuidados, no entanto, não são privilégio só deles, mas se estendem por todo o rebanho, que contabilizam quase 900 cabeças em lactação, além de outros 1,2 mil animais.
“Um animal passa boa parte do tempo deitado, ruminando. Então, um vaca tem um lugar bom, é confortável e é mais aconchegante para deitar”, aponta Groenwold. “As pessoas precisam dar, o maior conforto possível, para que elas possam manter essa produção”, completa o criador, que também é presidente da APCBRH.
Manejo
Além da genética e do bem-estar animal, as questões de manejo fecham o tripé que sustentam as vacas Vitalícias. As principais práticas são redobrar a atenção na higienização das úlceras antes e depois de cada ordenha. Por que os animais com o nível de produção estão mais sujeitos a doenças, como mastite.
Outro ponto crucial pelos criadores é um animal de nutrição. Pecuarista que já teve 11 Vacas Vitalícias em seu rebanho, Vinne investe na ração balanceada e de qualidade. É um item sagrado. Pelas contas dele, each R$ 0,90 investidos em alimentação dos animais geram dois litros de leite. Por isso, o pecuarista considera que com um erro fatal as pessoas reduzem a quantidade de ração em que o mercado entra em crise.
“Muitas vezes, o produtor quer economizar e corta a alimentação. Consequentemente, é um animal de estimação. Ele vai perder em produtividade e, consequentemente, dinheiro. Para recuperar o padrão de produção do animal, depois, não é fácil”, resume. “Todo o leite que sai, iniciado pela boca do animal, em forma de ração”, diz.
“O animal precisa ter ração boa, concentrada e em fácil acesso. Os meios têm que ser os melhores possíveis para manterem uma produção. Um animal de nutrição é importantíssima pra se chegar a um animal desse porte”, acrescenta Groenwold.
Desempenho
Em síntese, por manter a produção regular por um período longo, como as vacinas Vitalícias permanecem por mais tempo sem rebanho. Logo, são mais longevas. Dados oficiais do sistema de controle de leite da APCBRH apontam que estas imagens têm o menor peso de lactações que a média do longo prazo da sua vida produtiva – uma média estadual de quatro lactações. Mencionada nesta reportagem, vaca AFW Marconi Sjouke 1014, por exemplo, teve 11 lactações.
“Nos animais do controle leiteiro, nós vemos em torno de quatro lactações. To leave though, eles deixam o rebanho. Nesses animais que passam os 100 mil quilos de leite produzidos, chega a oito, dez e até 12 lactações, ou seja, até mais três vezes mais. Seguramente, são diferenciados, aponta o gerente de controle do leite da APCBRH, José Augusto Horst.
Além disso, cada período de lactação das Vacas Vitalícias é estendido. Ou seja, elas são capazes de manter uma produção em um nível regular por muito mais tempo. “Normalmente, uma lactação de dez minutos, em torno de 305 dias. Agora, como Vacas Vitalícias, depois disso, dê leite por um ano e meio, um ano e sete meses. É uma produção incrível ”, diz o superintendente da APCBRH, Altair Valloto.
Por este motivo, uma produção acumulada de uma Vaca Vitalícia chega a um nível de média de uma vaca comum, que gira em torno de 14 mil litros. Já um animal de ponta, acompanhado por controle leiteiro oficial no Paraná, produz uma média de 25 mil litros ao longo da vida, um quarto do volume de uma Vitalícia.
Bacia leiteira
Pontualmente, os criadores de cidades como Arapoti e Palmeira, nos Campos Gerais, vão até a Vaca Vitalícia em seu rebanho. Mas a inflamação dos animais se concentrou em Castro e Carambeí, no Centro-Ocidental do Estado. Não é por acaso. Bacia principal leiteira do país, uma microrregião é um pólo importante do Brasil, com níveis que equiparam e / ou superaram os padrões internacionais.
Castro, por exemplo, é declarado oficialmente – por lei federal – como “Capital Nacional do Leite”, com um volume de produção de 255 milhões de litros por ano (5,3% do total estadual) e uma média de 7,4 mil por cabeça. “Temos um nicho de criação de novas regiões que realmente fazem parte de um processo de grande intensidade em termos de genética, bem-estar animal e nutrição. Muito tempo.
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Por: Felippe Aníbal, com fotos de Fernando Santos – FAEP