Quando a gente pensa em aves, normalmente imaginamos elas voando alto no céu, algo que, é claro, não é uma regra em animais desse tipo. Emas, avestruzes e kiwis são incapazes de voar, enquanto galinhas conseguem apenas levantar alguns metros e percorrer pequenas distâncias. Mas e o pinguim?
Normalmente, aves que não conseguem voar acabam compensando a falta de habilidade em outros comportamentos. Esse é o caso dos pinguins, por exemplo: entre as áreas de alimentação e reprodução, eles precisam percorrer longas distâncias, mas acabam fazendo isso a nado ao invés de voar.
Apesar de exímios nadadores, os pinguins sempre intrigaram os biólogos pelo fato de não terem, simultaneamente, desenvolvido as técnicas de voo. Algumas espécies de aves, como os airos e as tordas, bastante semelhantes aos pinguins, mantiveram as duas capacidades, ou seja, tanto de mergulhar quanto de voar.
E foi através do estudo dessas outras aves que foi possível compreender melhor os pinguins. Os airos gastam pouca energia, comparados com outras aves, quando estão mergulhando. Porém, proporcionalmente, são os que mais precisam de energia na hora de voar: eles gastam até 31 vezes mais do que quando estão em repouso.
A evolução dos pinguins os tornou exímios nadadores, já que é no mar que eles pegam seus alimentos. Assim, seu corpo, suas asas e sua energia foram se moldando para que ele se tornasse perito nesse aspecto, porém, a parte de voar acabou sendo deixada de lado – algo que, é claro, faz falta quando eles precisam caminhar até 50 km no gelo, ficando à mercê de predadores.
Os airos mergulham até 100 metros em busca de alimentos e gastam pouca energia para isso, assim, mantiveram a capacidade de voar. Já os pinguins podem mergulhar mais de 500 metros abaixo da superfície, necessitando de toda sua energia para essa tarefa.
Os antepassados dos pinguins, segundo os paleontólogos, tinham a capacidade de voar, principalmente por conta de um corpo mais leve, composto de ossos ocos. Depois que eles passaram a se alimentar de animais marinhos, ao invés de animais terrestres, a necessidade de aprimorar o mergulho os fez mudar radicalmente a composição óssea e corporal.
Saiba mais sobre o Pinguim
O pinguim (RO 1971: pingüim) é uma ave da família Spheniscidae, característica do hemisfério sul, em especial na Antártida e ilhas dos mares austrais, chegado à Terra do Fogo, Ilhas Malvinas e África do Sul, entre outros. Apesar da maior diversidade de pinguins encontrar-se na Antártida e regiões polares, há também espécies que habitam nos trópicos como por exemplo o pinguim-das-galápagos. A morfologia dos pinguins reflete várias adaptações à vida no meio aquático: o corpo é fusiforme; as asas atrofiadas desempenham a função de barbatanas e as pele são impermeabilizadas através da secreção de óleos. Os pinguins alimentam-se de pequenos peixes, krill e outras formas de vida marinha, sendo por sua vez vítimas da predação de orcas e focas-leopardo.
O nome “pinguim” vem de uma outra ave, que habitava as regiões do Ártico e que foi extinta pela ação do homem, o arau-gigante (Pinguinus impennis). Quando os exploradores europeus descobriram no hemisfério Sul as aves conhecidas hoje como pinguins, eles notaram a aparência muito similar ao arau-gigante, ou mesmo se confundindo com os araus, e as batizaram com esse nome, que persiste até a atualidade. Apesar de parecidos, araus e pinguins não têm nenhum parentesco próximo. O termo Pinguim é originário do galês pen gwyn, o antigo nome popular dos araus-gigantes nas ilhas Britânicas.
Os primeiros pinguins apareceram no registo geológico do Eocénico. Os pinguins constituem a família Spheniscidae e a ordem Sphenisciformes (de acordo com a taxonomia de Sibley-Ahlquist, fariam parte da ordem Ciconiformes). É uma ave marinha e nadadora, chegando a nadar com uma velocidade de até 45 km/h, passando a maior parte do tempo na água.
Alimentação
A dieta dos pinguins dos gêneros Aptenodytes, Megadyptes, Eudyptula e Spheniscus consiste principalmente em peixes. O gênero Pygoscelis fundamentalmente de plâncton. A dieta do género Eudyptes é pouco conhecida, mas se acredita que muitas espécies alimentam-se de plâncton. Em todos os casos a dieta é complementada com cefalópodes e plâncton.
Reprodução
Há espécies de pinguins cujos pares reprodutores acasalam para toda a vida enquanto que outros fazem-no apenas durante uma época de reprodução. Normalmente, os progenitores cooperam nos cuidados com os ovos e com os juvenis. A forma do ninho varia, segundo a espécie de pinguim: alguns cavam uma pequena fossa, outros constroem o ninho com pedras e outros utilizam uma dobra de pele que possuem ventralmente para cobrir o ovo. Normalmente, o macho fica com o ovo e mantém-no quente, e a fêmea dirige-se para o mar com vista a encontrar alimento. Quando no seu regresso, o filhote terá alimento e então os papéis invertem-se: a fêmea fica em terra e o macho vai à procura de alimentos.
Conheça outras curiosidades acessando nossa editoria especial.
Fonte: Por AGRONEWS BRASIL, com informações doMega Curioso