De acordo com o Procon-SP, em 2017 “o quilo da carne de frango diminuiu 11,35%”, pois o preço médio – de R$6,08/kg em 29 de dezembro de 2016 – passou para R$5,39/kg em 26 de dezembro de 2017, data da última pesquisa efetuada no ano que passou
Na verdade, o que o órgão paulista de defesa do consumidor quis dizer é que no encerramento de 2017 o frango resfriado estava custando 11,35% menos que um ano antes. Porque, considerados os preços mensais divulgados pelo próprio Procon-SP para 2016 e 2017, o preço médio do produto no ano passado ficou menos de 5% aquém do registrado em 2016.
Neste caso, aliás, é oportuno contrapor os preços registrados no varejo da cidade de São Paulo àqueles obtidos pelo setor produtivo no Grande Atacado paulistano. E a constatação, então, é a de que o recuo ocorrido atingiu também o atacado, mas foi quase três vezes superior ao que favoreceu o consumidor. Ou seja: enquanto no varejo o preço médio retrocedeu 4,9%, no atacado o retrocesso foi de 12,8%.
Mas o que mais chama a atenção neste caso são as diferenças na relação de preços (margens) entre o atacado e o varejo. Por exemplo, em 2016 – ano difícil para o setor produtivo devido ao altíssimo custo de produção – o adicional do varejo sobre o atacado chegou a 72% (abril/16). Mas quando, pela compulsória adequação da oferta, o valor do frango abatido no atacado passa a superar, pela primeira vez, a marca dos R$4,00/kg, essa diferença cai drasticamente. Em setembro ficou na metade do registrado em abril (36%), o que sugere margens elevadas em ocasiões anteriores.
De toda forma, em 2017 essas margens voltaram a subir. Daí o recuo de menos de 5% no varejo contra a redução de quase 13% enfrentada pelo atacado. Com isso, a margem observada no varejo em 2017 foi quase um quarto maior (24,2%) que a de 2016.
Mas – pergunta que fica – o aumento das margens foi manobra varejista ou simples decorrência do aumento da oferta?
Fonte: Avisite