Depois de completar exatas quatro semanas com a cotação estável em R$2,40/kg, o frango vivo comercializado no interior paulista, como se previa e se temia, sofreu nova queda de preço no ano, a sétima em menos de três meses
Mas ao contrário das seis anteriores, todas de cinco centavos, esta foi mais incisiva, de dez centavos. Ocorreu na sexta-feira, 23, e, assim, a ave viva paulista terminou a semana cotada a R$2,30/kg, valor que não era registrado desde 6 de junho de 2015, ou seja, há mais de mil dias.
Em Minas Gerais o frango vivo permaneceu com a cotação inalterada em R$2,10/kg, valor que vem desde o penúltimo dia de fevereiro passado. Mas, em ambas as praças, os preços ora especificados continuam servindo apenas como uma referência. À qual nem todos os produtores têm acesso, pois negócios por valores inferiores continuam sendo realizados e se multiplicam.
Pelos referenciais do momento, a cotação do frango vivo paulista registra redução de 8% em um mês e de 16% em um ano. Já a cotação do frango vivo mineiro se encontra (perto de) 15% e (mais de) 22% abaixo das registradas 30 dias e um ano atrás.
Considerando-se que estamos em final de mês e em final de Quaresma, tal desempenho poderia ser considerado absolutamente natural. Mas a situação é bem mais grave, os níveis de preço atingidos denotando produção excedente frente a um mercado interno e externo particularmente recessivo.
Há indicações de que o setor vem adotando medidas corretivas para se adequar ao mercado mais estrito que o esperado. Porém, seus efeitos não serão sentidos antes de dois meses, pois adequações do gênero englobam desde a incubação do pinto de um dia até o abate do frango. E esse é um processo que não se completa antes de 60 dias.