Entidades argumentam que os produtores de carne e de leite convivem também com riscos como os agricultores
Representantes dos pecuaristas de corte e de leite estão pedindo mudanças no seguro pecuário. Eles argumentam que, assim como a agricultura, a pecuária também é uma atividade de grande risco, afinal todo o investimento da fazenda está aplicado no rebanho, que está sujeito às intempéries climáticas, doenças e outros perigos.
Associações de gado e outras entidades se uniram e foram a Brasília solicitar ao governo mudanças no Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural (PSR) na modalidade “Pecuário”. Estiveram na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e entregaram o pedido em reunião com o diretor do departamento de gestão de risco, Vitor Ozaki.
A iniciativa tem apoio da ABCZ de Uberaba, da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), e outras entidades. O presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, destacou no comunicado protocolado e entregue ao Mapa a inclusão de uma rubrica específica para a pecuária no Plano Agrícola e Pecuário (PAP-2018), que contemple subvenção de seguro para os sistemas de cria, recria, engorda e para os animais melhoradores inscritos no Serviço de Registro Genealógico (SRG) de cada associação. “Face ao baixo valor disponibilizado para a pecuária, muitos produtores não conseguem acesso ao seguro rural, o que os deixam a mercê de riscos e faz com que abandonem a atividade”, diz.
De acordo com a corretora, Karen Matieli, especialista em seguro de animais e proprietária da Denner Seguro de Animais, empresa paulista, seria necessário a inclusão de R$ 10 milhões no PSR na modalidade pecuária. “Atualmente a pecuária tem acesso apenas a R$ 1 milhão, pois sofremos com a divisão que é feita com outras culturas e no fim das contas os pequenos e médios produtores não tem acesso ao programa. Deveríamos ter uma verba destinada a subsidiar apólices de pecuária bovina, assim como o tem o milho e a soja. A pecuária tem importante papel na economia do País”, diz.
Segundo Karen, a contratação de seguros para o setor tem crescido bastante no Brasil. “Mas somente 0,24% de subvenção para a pecuária, como é hoje, é pouco para atender a demanda”, afirma.
Para o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, com estas mudanças na redistribuição solicitada ao Mapa, tantos os produtores quanto o mercado em geral serão beneficiados. “O seguro é ferramenta de mitigação de riscos, onde transferimos à seguradora os riscos incertos de nossa atividade. Muitos pecuaristas deixaram sua atividade em virtude de perdas catastróficas. Precisamos evoluir, pois o é agro que sustenta esse País e também precisa se proteger”, destaca.
Por Globo Rural