Segundo a Conab, 633,26 milhões de toneladas foram produzidas
A produção de cana-de-açúcar na safra 2017/2018, encerrada oficialmente em 31 de março passado, apresentou leve queda de 3,6%, alcançando 633,26 milhões de toneladas, em comparação com 657,18 milhões de t na safra anterior. Os números fazem parte do 4º e último levantamento sobre a safra 2017/2018 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta terça-feira, 24.
Conforme boletim da estatal, apesar da maior produtividade na Região Nordeste, a média brasileira foi semelhante à da safra passada, de 72.543 kg/ha, e acabou não trazendo impacto no aumento da produção.
O boletim mostra, ainda, que a diminuição também é reflexo da área colhida, que fechou 8,73 milhões de hectares, com queda de 3,5% se comparada à safra 2016/2017 (9,05 milhões de hectares).
A produção de açúcar caiu para 37,87 milhões de t, com retração de 2,1% em relação à safra anterior (38,69 milhões de t), por causa da menor quantidade de cana disponível e do direcionamento para a produção de etanol, considerando que os preços do alimento caíram no mercado internacional.
Já a fabricação de etanol manteve-se praticamente estável, com 27,76 bilhões de litros, redução de 0,2% ante a safra anterior (27,81 bilhões de l). No caso do etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, houve aumento de 0,1%, alcançando 11,09 bilhões de litros. A justificativa, segundo a pesquisa, foi a manutenção do consumo de gasolina. Neste caso, o total produzido de etanol hidratado foi de 16,68 bilhões de litros, o que significa uma redução de 0,3% ou 58,36 milhões de litros.
Conforme a Conab, a estimativa aumentou em relação aos levantamentos anteriores, porque o consumo de etanol hidratado subiu a partir de outubro de 2017, o que levou as unidades de produção a direcionarem a produção para o biocombustível em detrimento do açúcar. O consumo acumulado, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foi 5% superior à safra passada.
Regiões – Com relação aos destaques por região, no Sudeste a expectativa é de leve aumento dos níveis de produtividade em relação à safra anterior, apesar da diminuição na área colhida, reflexo de problemas climáticos e menor área colhida de fornecedores. Mesmo assim, a produção nesta região foi de 417,47 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada, 4,2% inferior à safra 2016/2017.
O Centro-Oeste manteve a área colhida da safra passada, mas com estimativa de leve redução nos níveis de produtividade. A produção de 133,66 milhões de toneladas representa redução de 0,4%. No Nordeste, a boa produtividade garantiu uma produção de 41,14 milhões de toneladas, mesmo com registro de área menor.
Na Região Sul, com produção estimada em 37,52 milhões de toneladas, houve queda de 5,5% na área colhida. O fato ocorreu principalmente nas localidades fornecedoras que foram reconvertidas para a produção de grãos – ou que não tinham mecanização – ou ainda naquelas onde não foi possível realizar toda a colheita em virtude do excesso de chuvas no fim da safra.
Na Região Norte, que representa menos de 1% do total nacional, a área cultivada também foi menor, com produção de 3,46 milhões de toneladas. Na próxima semana, a Conab vai apresentar os primeiros números da estimativa de cana-de-açúcar da safra 2018/2019.
Fonte: Estadão Conteúdo