Manter aproximação com a cadeia produtiva, chegando fisicamente às áreas de onde partem as principais demandas e, com base nas avaliações feitas in loco, discutidas possíveis soluções/alternativas para os problemas identificados nas lavouras
São atividades comuns no cotidiano de pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) e foi um dos objetivos da visita realizada no dia 19 de abril último ao Núcleo Rural de Pipiripau, localizado na região administrativa de Planaltina-DF.
Ocorrência de doenças, ataque de pragas e práticas culturais não adequadas fizeram parte do cenário encontrado na chácara do produtor Michel Matsuda pelos pesquisadores Cláudia Ribeiro, coordenadora do programa de melhoramento genético de Capsicum (pimentas e pimentões), Ailton Reis, Mirtes Lima (Fitopatologia) e Sabrina Carvalho, do Núcleo de Apoio a Projetos (NAP). Esse foi o diagnóstico para os problemas identificados, à primeira vista, nas hortaliças folhosas, em sua maior parte cultivadas sob o sistema hidropônico.
Com relação às pimentas, as avaliações seguiram outras perspectivas, de acordo com a coordenadora. Os sete tipos plantados – Bode, Cambuci, Biquinho, Dedo-de-moça, Jalapeño, Malagueta e Habanero – e a experiência do produtor, relacionada ao mercado de pimentas, apontaram caminhos que, segundo Cláudia, devem ser observados pela pesquisa.
“Foi possível observar que as pimentas mais pedidas pelo mercado de Brasília são as de Cheiro, Dedo-de-moça, Biquinho e Jalapeño, o que vem confirmar a preferência por tipos menos picantes – as de Cheiro, por exemplo, agregam mais sabor e aroma do que picância”, anota a pesquisadora, para quem essa tendência deverá balizar futuros projetos de melhoramento genético de Capsicum.
Outra questão relevante, na sua opinião, diz respeito à aquisição de mudas das diversas espécies de pimenta diretamente de viveiros. Algumas das pimentas plantadas pelo produtor Matsuda apresentam problemas que os materiais desenvolvidos pela Embrapa Hortaliças já superaram, como a resistência a determinadas doenças, por exemplo.
Para a pesquisadora, o ideal seria que houvesse uma maior proximidade entre as empresas de sementes – inclusive as que comercializam cultivares desenvolvidas pela Embrapa – e os viveiristas, para que os produtores, como Matsunaga, tivessem acesso a nossos materiais”.
E se depender do desejo expressado pelo produtor, todos vão sair ganhando. “Como recebo muita gente do mercado interessada em conhecer a minha área de produção, quero ser uma vitrine, porque o meu sonho é virar referência em pimenta no Distrito Federal”.