Os efeitos da busca pela readequação da produção após os choques enfrentados em março e abril começam a se intensificar
Ontem (15), segunda-feira, dia normalmente de pouco movimento nas vendas, o frango vivo negociado no interior paulista obteve seu terceiro ajuste consecutivo – de cinco centavos, como é tradição – sendo comercializado por R$2,35/kg. Em Minas, onde a praxe são os reajustes de 10 centavos, a cotação subiu para R$2,50/kg.
Com esses ajustes, o preço de São Paulo acumula, em uma semana e em 30 dias, incremento de 6,82%. Já em Minas, considerado os mesmos espaços de tempo, ele chega a 19%.
Mas, por enquanto, nada a comemorar: a cotação ora registrada em Minas Gerais apenas retorna ao mesmo nível de um ano atrás. E a de São Paulo ainda se encontra 6% abaixo da alcançada em idêntico período de maio de 2017. Isto, enquanto as duas principais matérias-primas do frango, milho e farelo de soja, alcançam valores cerca de 50% superiores aos de um ano atrás.
Ou seja: ainda há muito a recuperar até que se retome o ponto de equilíbrio. Que, por seu turno, não permanece estático, pois os custos continuam aumentando.
Lembrar, neste caso, que o ponto de equilíbrio não corresponde apenas à volta da paridade entre custo e preço recebido. É preciso garantir que haja lucro novamente. E assegurar que as perdas acumuladas desde o princípio do ano sejam repostas.
Isso, infelizmente, demanda tempo. E somente será alcançado se houver pertinência entre produção e consumo. Portanto, não se pode abrir a guarda.