O avanço de uma nova frente fria pela região Sul do Brasil nessa terça-feira, deixará mais uma vez o tempo instável e com previsão para chuvas sobre diversas localidades nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Mato Grosso do Sul
Também poderão vir a ocorrer pancadas isoladas sobre Goiás e o Mato Grosso, porém, nesses 2 Estados, os volumes serão ainda mais baixos e bastante isoladas. Porém, essas áreas de instabilidade estarão ganhando forças ao longo dessa semana e até o domingo são esperadas chuvas mais generalizadas sobre boa parte do Centro-Sul e até mesmo, sobre algumas localidades do MATOPIBA.
Entretanto, como vemos comentando ao longo dessas últimas semanas, essas chuvas, infelizmente, estarão chegando muito tarde para a grande maioria das lavouras de milho safrinha. Apesar delas auxiliarem ainda algumas lavouras, mas as perdas contabilizadas até o momento, são irreversíveis e como as chuvas estarão chegando apenas na 2ª quinzena de maio, as perdas no potencial produtivo das lavouras aumentaram drasticamente nesses últimos 15 dias. Com isso, o Brasil deverá colher uma safra de milho safrinha inferior a 58 MMT, nesse ano. O mesmo deverá estar ocorrendo como feijão, que mesmo sobre o regime de irrigação, muitas lavouras apresentam perdas/quebras, menores do que no milho, mas também apresentam, principalmente as cultivadas no Paraná, São Paulo e em Minas Gerais.
Numa análise, podemos dizer que as maiores quebras no milho encontram-se no Paraná e em São Paulo. Nas demais regiões produtoras, as quebras também são observadas, mas numa escala menor. Em ambos os Estados, as perdas deverão ultrapassar os 25%. Tendo casos com quebras superiores a 60%. Apenas as regiões produtoras do Parecis (faixa oeste) e do médio-norte do Mato Grosso é que apresentam excelentes condições ao desenvolvimento das lavouras. Apresentando até médias de produtividade superiores as observadas na safra passada.
Com relação a cultura do trigo, onde muitos produtores do Paraná, São Paulo e do Mato Grosso do Sul já iniciaram o plantio, as chuvas previstas para essas semana irão possibilitar uma melhora nas condições hídricas do solo, favorecendo não só a continuidade do plantio, mas, principalmente a germinação das sementes, que já estão no solo, a espera dessas chuvas. E como a previsão indica chuvas mais regulares nas próximas semanas, a tendência é que as condições se mantenham favoráveis ao desenvolvimento das culturas de inverno.
Para a cana de açúcar, as condições também serão boas, apesar do retorno das chuvas e a paralisação da colheita. Mas devido a essa forte seca que atingiu todo o Centro-Sul do Brasil nesses últimos 45 dias, muitas lavouras de cana apresentam sob estresse hídrico, o que afetará o potencial produtivo das lavouras que irão ser colhidas ao longo do 2º semestre. Assim, o retorno das chuvas possibilitará a elevação do níveis de água no solo e consequentemente uma melhora nas condições ao desenvolvimento das plantas.
O mesmo estará ocorrendo com o café, onde apesar de ocorrer paralisações momentâneas na colheita nas áreas produtoras de São Paulo e Paraná, a elevação dos níveis de umidade do solo possibilitará que as plantas obtenham melhores condições ao seu desenvolvimento.
Com relação a onda de frio que está sendo comentada por muitos Institutos de Meteorologia para a próxima semana, o fato é que, após a passagem dessa frente fria pelo Brasil nessa semana, uma massa de ar polar de intensidade moderada deverá avançar por toda a região Centro-Sul do Brasil e provocar o declínio acentuado das temperaturas mínimas, nas madrugadas de segunda e terça-feira, dias 21 e 22/05. Em muitas localidades os termômetros poderão marcar temperaturas abaixo dos 5°C, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná. Sendo que nas regiões do planalto paranaense e nas serras gaúchas e catarinenses poderão ocorrer até mesmo a formação de geadas isoladas. Mas, por enquanto, não há indicativos de que venha ocorrer geadas nas áreas produtoras de milho, feijão, cana de açúcar e café. Apenas as temperaturas deverão ficar realmente bem mais baixas e essa deverá ser a primeira grande onda de frio do ano no Brasil. Desse modo, o monitoramento desse sistema ao longo dessa semana será de suma importância para analisar e, principalmente prever se essa massa de ar de origem polar terá ou não intensidade e magnitude suficiente para ocasionar geadas generalizadas no Brasil. Por enquanto a resposta para essa pergunta continua sendo: Não. Mas precisaremos continuar a monitoração…