Graças a uma valorização que não chegou a 8%, pela primeira vez neste ano o frango vivo fechou um mês com valorização superior ao índice inflacionário levantado pela Fundação Getúlio Vargas através do IGP-DI
Por sinal, a própria FGV faz referência a esse fato ao citar que, no estágio das Matérias-Primas Brutas (cuja variação, em maio, foi de 2,8%), as aves estiveram entre os produtos que contribuíram para a alta do grupo.
Mas essa observação não altera a constatação de que o preço médio do frango vivo em maio ficou 5% aquém do registrado um ano antes, enquanto a inflação, embora ainda em baixos níveis, acumula variação de 5,2%.
Aliás, essa defasagem se repete na vigência do real. Pois, para uma inflação que, desde 1994, acumula variação de 576%, o preço do frango vivo evoluiu menos de 300%. Ou seja: se tivesse acompanhado a inflação do período teria sido comercializado em maio passado por mais de R$4,00/kg. Alcançou menos de 60% desse valor.
Pior, porém, foi a situação do ovo. Pois o preço alcançado em maio representou uma evolução que não chega à metade da inflação acumulada na vigência do real. Além disso, o ovo registrou, no mês, preço médio 7% inferior ao do mês anterior e quase um quarto menor que o de maio de 2017.
Tudo isso, porém, seria superável não fosse o fato de a principal matéria-prima do setor alcançar preços que avançam a passos largos. Assim, em um mês o milho aumentou quase 7%. E enquanto frango e ovo alcançaram valores inferiores aos de um ano atrás, o milho aumentou quase 53%. Como ocorreu em 2016, está em vias de, novamente, alcançar a inflação acumulada desde 1994.