Transporte marítimo ou combinações viraram solução para levar grãos
“Os problemas causados pela fatídica tabela de fretes, imposta pelo governo e ainda em vigor, dado que nada de concreto se fez depois dela, levaram as empresas do Mato Grosso a buscar alternativas para os seus fretes de longa distância”. A informação é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.
Para exemplificar o especialista ressalta que, antes do tabelamento, um frete da cidade mato-grossense de Sorriso para o Porto de Paranaguá (Paraná) custava R$ 300,00/tonelada. Depois da greve dos caminhoneiros e a tabela imposta pelo governo federal, esse mesmo trecho subiu para R$ 433,00/toneladas – o que significa um aumento de 44%.
“O frete de Sorriso para Barcarena era de R$ 320,00/t e depois do tabelamento passou para R$ 350,00, um aumento de 9%”, complementa Pacheco. “Com isto, as empresas estão buscando a utilização de outro modal: enviam a soja de Sorriso até Miritituba de caminhão e daí para Barcarena, de barcaça, reduzindo sensivelmente o custo do frete”, revela.
Enquanto isso, entidades representativas como CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) e Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) ingressaram na Justiça com uma ação contra o tabelamento, justificando que este fere o princípio da liberdade de negociação entre as partes envolvidas.
“Mas, como dissemos acima, nada de concreto ainda foi feito quanto à tabela. Então, cada empresário está se virando como pode. Quem sabe surjam daí novas ideias para a utilização de transporte de longas distâncias, que hoje é realmente um grande problema no Brasil, independentemente da greve”, conclui.
Fonte: Agrolink