O tabelamento dos preços do frete, instituído pela Medida Provisória (MP) 832, já traz impactos para toda a sociedade brasileira, e não apenas ao setor agropecuário.
A análise está na carta de conjuntura divulgada nesta quarta (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que avaliou os fatores determinantes da maior alta para junho, desde 1995, dos preços dos alimentos consumidos no domicílio.
A alta nos preços dos alimentos fez a inflação dos últimos 12 meses saltar de 2,85% para 4,39% levando à perda de poder aquisitivo da população mais pobre, que gasta maior parcela da sua renda com produtos alimentares.
Em nota anterior, publicada em 5 de junho, o IPEA já alertava para os impactos adversos da greve dos caminhoneiros na oferta de produtos agropecuários. O estudo divulgado agora vai além e associa o aumento dos preços desses produtos à adoção do tabelamento de preços dos fretes.
Segundo o IPEA, o tabelamento de fretes, além de encarecer os preços dos produtos agropecuários, dificulta a entrega de fertilizantes e adubos aos produtores no início do ano-safra, e particularmente no momento da liberação de crédito de custeio – utilizado para aquisição de insumos para o plantio – que começa em setembro.
O impasse sobre os preços dos fretes tem impedido a chegada de 27 milhões de toneladas de fertilizantes já que mais de 80% desses produtos utilizados no Brasil são importados, chegam basicamente por oito portos e percorrem até dois mil quilômetros até as propriedades rurais.
Fonte: CNA