Embora bem mais moderada que nos dois meses anteriores (1,64% em maio e 1,48% em junho, índices correspondentes à evolução do IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), a inflação de julho (0,44%) continuou em alta, o que não ocorreu com o frango vivo, o ovo e o milho, cujos preços retrocederam em relação ao mês anterior
Isto, porém, já era esperado, já que os efeitos do movimento caminhoneiro artificializaram os preços de alimentos como frango e ovos, fazendo com que tivessem alta excepcional no mês de junho (situação, ressalte-se, que não se aplica ao milho, cujos preços apresentaram queda nos últimos dois meses).
Nesse retrocesso, a perda maior atingiu o ovo, cujo valor médio em julho recuou mais de 20% em um mês, fazendo com que a variação negativa em doze meses ficasse próxima dos 25%. Com a queda, o ovo retornou, praticamente, aos valores de maio passado, mês em que foi registrado o segundo menor preço deste ano.
O preço do frango recuou apenas 2,28% em julho. Ou perto de 9% se considerado que grande parte dos negócios do mês foi concretizada com 20 centavos de desconto sobre o preço de referência – R$3,00/kg. Porém, mesmo neste caso, o frango permaneceu (ao menos nominalmente) com o segundo melhor preço em mais de ano e meio, o que leva a concluir que a greve de maio teve efeito mínimo sobre o preço do produto, ou seja, a valorização então obtida decorreu, muito mais, de uma melhor adequação da produção ao mercado real, visivelmente mais restrito.
De toda forma, como mostra a tabela abaixo, à direita, os preços dos três produtos – frango, ovo e milho – se encontram bem aquém da inflação dos tempos do real que, em 24 anos, acumula variação próxima de 600%, Se conseguisse acompanhar esse índice, o ovo teria alcançado em julho valor 111% superior ao efetivamente registrado (R$63,12/caixa); o frango vivo perto de 50% a mais que os (na prática) R$2,80/kg praticados; e o milho, 33% a mais (R$39,64/saca em julho).