Afetadas sobretudo pelo esdrúxulo embargo imposto pela União Europeia a um grupo de abatedouros brasileiros, as exportações brasileiras de carne de frango salgada caíram à metade nos sete primeiros meses de 2018. Ou ficaram reduzidas a pouco mais de 40% do que se exportou quatro anos atrás (104,2 mil/t entre janeiro e julho de 2014)
Tal resultado só não teve efeito maior sobre a balança da carne de frango porque, decrescente, a participação do produto no volume total exportado foi inferior a 2%. E porque, também, na contramão da queda de volume, o preço médio da carne salgada registrou valorização superior a 20%. O que não impediu uma queda superior a 38% na receita cambial do produto.
Porém, a carne salgada não esteve sozinha. Pois apenas os cortes de frango mantiveram (com pequena redução) o mesmo volume registrado em 2017. Ou seja: os embarques de industrializados recuaram mais de um terço, enquanto os de frango inteiro apresentaram retração próximo de 17%.
Em termos de preço, também os industrializados apresentaram valorização (de quase 6%), mas insuficiente, claro, para neutralizar as quedas enfrentadas pelos cortes e pelo frango inteiro. Em decorrência, a receita cambial da carne de frango nos sete primeiros meses de 2018 foi 12,50% menor que a de idêntico período anterior.
A registrar, ainda, que nos últimos três anos a participação da carne de frango salgada na receita cambial do produto sofreu redução de 47%, a dos industrializados de mais de 26% e a do frango inteiro de quase 25%. Em consequência, a participação dos cortes de frango aumentou 20%, passando de 57,49% do total nos setes primeiros meses de 2015 para 69,18% neste ano.