Nos últimos dias, mesmo trabalhando com estoques mais ajustados, os efeitos da sazonalidade do consumo de carne na segunda parte do mês afetaram negativamente os preços no mercado atacadista de carne sem osso. Na média de todos os cortes pesquisados a queda foi de 1,5%
As desvalorizações recaíram mais sobre os cortes de traseiro que sobre os cortes de dianteiro. Primeiro porque a “carne de segunda” possui menor valor agregado e menor elasticidade renda, ou seja, é menos afetada pelo período de menor volume de dinheiro em circulação.
Além disso, repercutindo as primeiras pesquisas de intenção de voto e as incertezas quanto à economia do Brasil, tivemos valorizações do dólar, que fechou dia 22/8 cotado em R$4,05. Esse cenário aumentou a firmeza para as exportações de carne bovina in natura.
Até a terceira semana de agosto, de acordo com dados do MDIC, o Brasil exportou diariamente 27,0% mais carne bovina em relação ao mesmo período de 2017. Essa segunda via de escoamento também auxiliou a amenizar as quedas nos preços dos cortes de dianteiro (produtos mais demandados pelos países importadores).
Mas apesar do cenário atual ser de pressão para baixo nas cotações da carne no atacado, a expectativa para semana que vem é de reação nos preços, já que o mercado varejista aumenta a demanda pelos cortes, a fim de se abastecer para a entrada do mês.
Fonte: Scot Consultoria