Dados do Procon-SP apontam que em 30 de agosto passado o consumidor paulistano pagou R$5,71 pela dúzia de ovos brancos. Como, nessa data, o produtor do interior paulista recebeu pouco mais de R$1,73 pela mesma quantidade do produto (média de R$52,00/caixa), o diferencial entre produtor e consumidor girou em torno dos 230%
É uma das maiores diferenças registradas nos últimos seis meses, somente sendo superada pelos mais de 240% registrados na virada de julho para agosto. Causados não por altas no varejo (os preços permaneceram estáveis), mas por fortes baixas nas granjas e no atacado. Então, atingiu-se a segunda menor cotação desde o mês de março.
O elevado índice observado no final de agosto teve quase os mesmos ingredientes. Mas enquanto na granja o preço do ovo retrocedia 5,5% de uma semana para outra, alcançando a menor cotação desses seis meses, no varejo ele registrava alta (de 1,2%) – acontecimento raro em se tratando de final de mês, quando o consumo se retrai.
Curiosamente, o nível mais recente corresponde a quase o dobro da relação observada na primeira quinzena de junho passado, ocasião em que a margem entre granja e varejo ficou abaixo de 125%. Efeito, claro, do desabastecimento ocasionado pela greve dos caminhoneiros. Então, os incrementos de preço na granja e no atacado foram mais sensíveis que os observados no varejo.
Em outras palavras, os varejistas ganharam bem menos. Mas a pergunta que fica é: será que perderam?