A conjuntura já é favorável para o invernista e ficará melhor quando a China acelerar os contratos novos de carne bovina
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
Tem um cenário que vai sendo desenhado cada vez mais favorável para os donos de boi.
Sim, é a China, se o senhor estiver pensando nesse mercado.
Mas, antes, vamos ver as outras variáveis positivas que se alinham à demanda do maior comprador de carne bovina brasileira.
Primeiro, a boiada brasileira entrou 2022 como atravessou 2021, curta, com baixo volume de boi acabado, resultado de explosivas altas da reposição desde 2020.
Depois, a seca do ano passado tratou de fazer o resto.
Em segundo, esse rebanho mais acanhado, agora, começa a ter cada vez mais pasto, com as chuvas abundantes do Sudeste para cima.
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Desse modo, o produtor fica mais folgado, sem sentir a pressão dos frigoríficos. Pode segurar mais o boi, sem inflar seus custos com alimentação no cocho.
Como terceiro ponto, podemos falar dos preços atuais, que estão em bom patamar, embora, admito, que nem todos os pecuaristas concordam. Claro, quem não gostaria de um animal acima de R$ 340 a R$ 350 a @, como anda em São Paulo?
Mas, se levarmos em consideração que o consumo interno só teve um repique de fim de ano, e, neste mês e no próximo, sazonalmente cai mais ainda, então ainda é um teto razoável.
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Então, agora, a gente junta todos esses fundamentos para falarmos de China.
Em 15 de dezembro, os chineses levantaram o embargo à carne bovina do Brasil, depois de 3,5 meses de paralisação das compras pelos episódios da vaca louca.
E, até agora, a maior parte das vendas do Brasil para lá são referentes aos contratos firmados antes com os importadores.
Ou seja, como tem muitos contratos pré-pagos, com 40% de antecipação dos valores aos exportadores, os importadores chineses estão buscando essa carne.
Carne nova, de contrato antigo.
As exportações nacionais, em dezembro, cresceram cerca de 51% sobre novembro, indo a pouco mais de 126 mil toneladas.
O mercado comemorou a marca como sendo graças a China. Sim, graças a China, mas, repito, tem muito pouco de contrato novo, como lembrou o analista da Agrifatto, Yago Travagini.
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Mas qual a vantagem, então, alguém está se perguntando.
A vantagem, na verdade, é a que vira até final de fevereiro.
Se a China está limpando as compras pendentes, significa que deverá voltar com tudo logo logo.
Afinal, o estoque de contratos velhos deverá acabar a qualquer momento.
Dito isto, vamos somar: os preços estão bons, boi gordo ainda é pouco, os pastos vão melhorando a massa verde, os produtores podem aguentar mais tempo, os custos com alimentos são bem menores e, quando a China, destampar a panela, tudo irá para os preços.
Simples assim.
Um pouco mais de paciência, portanto.
Nesse mês não deverão acontecer muitas compras novas grandes.
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A China vai entrar no Ano Novo Lunar no começo de fevereiro e ficará quase 15 dias parada, sem compras, pelo grande feriadão do ano país.
O consumo interno vai limpar mais os estoques e os estoques de contratos velhos com o Brasil terão acabado.
Aí, ninguém segura, mesmo que a China possa surpreender, evitando grandes saltos nas compras para controlar a inflação interna, ainda assim não tem como a @ não subir mais.
AGRONEWS® – Informação para quem produz